ONU lança plano de 10 anos para apoiar línguas indígenas ameaçadas

Cerca de 2,3 mil pessoas de 125 países participaram do evento híbrido, incluindo representantes indígenas e embaixadores da ONU

Mais 2,3 mil pessoas de 125 países participaram do evento híbrido de lançamento da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032) na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em Paris.

Durante o evento de alto nível, no dia 13 de dezembro, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Csaba Kőrösi, afirmou que preservar essas línguas é importante para toda a humanidade. As Nações Unidas defendem os povos indígenas, que são os herdeiros e praticantes de culturas únicas e formas de se relacionar com as pessoas e o meio ambiente.

Para Kőrösi, cada vez que uma língua indígena desaparece, também se vão a cultura, a tradição e os saberes que ela carrega. Ele explica que a proteção é importante porque os povos indígenas são os guardiões de quase 80% da biodiversidade remanescente, de acordo com os dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). “Se queremos proteger a natureza, devemos ouvir os povos nativos e dialogar na língua deles”, defendeu o presidente.

Os indígenas representam menos de 6% da população global, mas falam mais de quatro mil das cerca de 6,7 mil línguas do mundo, de acordo com o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (DESA). Estima-se que mais da metade de todas as línguas serão extintas até o final deste século e este número pode ser ainda mais alto. O presidente da Assembleia Geral alertou que, a cada duas semanas, uma língua indígena morre.

Veterano diplomata húngaro, Csaba Kőrösi foi eleito por aclamação durante uma cerimônia oficial em Nova York
Legenda: O presidente da Assembleia Geral da ONU, Csaba Kőrösi.
Foto: © Eskinder Debebe/ONU

Proteção – O líder da Assembleia Geral pediu aos países que atuem com as comunidades indígenas para proteger seus direitos, como acesso à educação e recursos em seus idiomas nativos, e garantir que seus conhecimentos não sejam explorados. Ele também afirmou que os povos indígenas devem ser consultados e envolvidos, de forma significativa, em todas as etapas dos processos de tomada de decisão.

Representantes indígenas e embaixadores da ONU participaram do lançamento e defenderam a proteção e preservação das línguas. O embaixador do México, por exemplo, falou em nome do Grupo dos Amigos dos Povos Indígenas, seguido pelo representante da Colômbia, que estava acompanhado de uma indígena do povo Arhuaco.

Os participantes também ouviram representantes de comunidades indígenas do Ártico e da África.

Fonte: ONU News

 

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