Por Tiago Lucero
Segundo alguns analistas, e até mesmo de acordo com recomendações feitas por grandes fundos de investimento, a Terceira Guerra Mundial já começou. De fato, se olharmos para o que foram a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, veremos que foi difícil identificar claramente o seu início. Eram vários conflitos regionais, a princípio isolados, que começaram a se interconectar — um cenário muito semelhante ao que vivemos hoje.
As últimas notícias indicam uma escalada que pode tornar o conflito generalizado não só evidente, como inevitável. A guerra entre Rússia e Ucrânia parece prestes a entrar em uma nova fase, extremamente destrutiva. Aquilo que pareciam ser esforços pela paz estão se revelando digressões. E um confronto em larga escala, em solo ucraniano, pode estar a apenas dois passos de acontecer. Pode ocorrer amanhã. Pode ocorrer depois de amanhã.
O Leste Asiático aparenta tranquilidade, mas a escalada armamentista que testemunhamos ali — especialmente em torno da China, hoje o país central dessa disputa — é alarmante. Não são apenas as frotas americanas cercando e monitorando constantemente os navios e tropas chinesas. Vemos os japoneses se armando intensamente. Vemos a Índia com uma máquina de guerra crescente, enfrentando o que pode ser o início de um conflito por procuração, voltado a desestabilizar Nova Dehli. A Austrália, parte de alianças estratégicas na região, também se arma de forma acelerada.
Um conflito em grande escala na Europa pode, sim, desencadear uma guerra no continente asiático, considerando que Pequim e Moscou têm aprofundado, dia após dia, seus laços estratégicos. A Rússia já utiliza soldados norte-coreanos e há relatos — ainda não confirmados — de militares chineses atuando em solo russo, além do apoio com armas e suprimentos.
E o que isso tem a ver com o presidente Lula?
A resposta, embora pareça complexa, é simples e direta. Lula tem demonstrado, há bastante tempo, afinidade com os regimes russo e chinês. Em sua recente rodada de viagens internacionais, abraçou calorosamente Xi Jinping e Vladimir Putin, e firmou uma série de acordos — ainda pendentes de aprovação no Congresso — que podem posicionar o Brasil como fornecedor estratégico para esse eixo geopolítico em um conflito global em formação.
O atual presidente parece ignorar um fato fundamental: é impossível retirar o Brasil da esfera de influência econômica, sociológica e militar dos Estados Unidos. E é altamente improvável que os americanos ignorem as ações do governo brasileiro nesse processo de aproximação com seus adversários.
É célebre a jogada de Getúlio Vargas no início da Segunda Guerra Mundial. Apesar de simpatizar com regimes fascistas e ter firmado acordos com eles, Vargas sempre soube que, em algum momento, teria de romper esses laços. Ele extraiu o máximo possível dos dois lados, mas manteve uma comunicação estreita com Washington. Mesmo enquanto negociava com os nazistas, jamais deixou de considerar a vigilância constante dos EUA — e nunca foi explícito em suas alianças.
Lula, por outro lado, não dá sinais de estar jogando esse mesmo xadrez. Sua postura aparenta ser a de alguém que busca refúgio e apoio fora da órbita americana — talvez para garantir sua sobrevivência política frente a uma oposição interna crescente, índices de aprovação em queda e a perspectiva real de não se reeleger em 2026.
Com uma economia fragilizada, desconfiança institucional crescente e uma base de apoio oscilante, Lula parece procurar força em potências externas — algo que soa defensivo, mas que, sob a ótica geopolítica, pode ser interpretado como um movimento agressivo.
E isso não vai passar despercebido por Washington. O governo americano tem dado sinais claros de que está atento e disposto a agir. As declarações recentes do secretário de Estado são um exemplo disso. E basta uma visita ao setor de embaixadas em Brasília para se deparar com a construção de um gigantesco complexo diplomático, com nove andares subterrâneos, sinalizando um nível de envolvimento estratégico incomum.
Há, inclusive, uma reportagem (link aqui) que simulou, com uso de inteligência artificial, a probabilidade de uma intervenção americana visando desestabilizar o governo Lula, em um cenário de Terceira Guerra Mundial iminente. O índice estimado? 90%. Ou seja: praticamente uma certeza.
Reafirmando o ponto de partida: pode parecer que isso não tem nada a ver conosco. Pode parecer que não tem a ver com Lula. Mas, diante de um cenário de guerra global iminente, os Estados Unidos não permitirão que o Brasil se alinhe — ainda que indiretamente — ao lado de seus inimigos.
Lula precisa abrir os olhos. Ou muda de lado — como Getúlio — ou deve se preparar para um desfecho preocupante, talvez trágico.