Nesta terça-feira (4/6), teve início, em Belo Horizonte, a etapa presencial e prática da Formação em Auriculoterapia para profissionais de Saúde da Atenção Básica (AB).
O curso, oferecido em Minas Gerais desde 2018, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), terá como diferencial, neste ano, a realização da etapa presencial em quatro polos, sendo eles: Belo Horizonte (4, 5 e 6/6), Juiz de Fora (27 e 28/06), Montes Claros (27 e 28/06) e Uberlândia (27/06).
De acordo com a diretora de Promoção à Saúde da SES-MG, Daniela Souzalima, a formação desses profissionais é muito importante para a implementação da Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares. “Isso porque esses alunos, uma vez aptos, levarão a auriculoterapia para os municípios, atendendo os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)”, destaca.
Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares (PICS)
Minas Gerais foi precursor na criação da Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares, em 2009. Embora haja semelhanças com a Política Nacional, criada em 2006, Minas buscou refletir as peculiaridades do seu território, orientando as Secretarias Municipais de Saúde sobre como implantar as práticas no âmbito local.
“E para apoiar e fortalecer o processo de implementação da nossa Política Estadual, a SES-MG faz o cofinanciamento, em que o município recebe recurso financeiro para dar sequência a tudo o que foi aprendido nas diferentes etapas do curso. Dessa forma, o cofinanciamento pode ser, por exemplo, para aquisição de insumos, agenda de educação permanente, aquisição de equipamentos que sejam necessários para a realização das práticas integrativas e complementares etc.
A referência técnica da Coordenação de Práticas Integrativas e Complementares da SES-MG, Paula Souza, destaca que, neste ano, mais de 1.200 vagas serão disponibilizadas para o estado de Minas Gerais.
De acordo com o representante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Marcos Lisboa, só em Belo Horizonte, nos três dias de curso, serão mais de 700 trabalhadores da saúde para a etapa presencial.
“Isso significa que eles já passaram pelos cinco módulos on-line de treinamento e preparação para a etapa de hoje. Por isso, os objetivos do curso presencial são revisar o conteúdo e, principalmente, fazer uma monitoria e validação da prática desses profissionais que já sairão daqui aptos para atender a população nas Unidades Básicas de Saúde (UBS)”, detalha Marcos Lisboa.
Próximas capacitações
Paula Souza também antecipa que, ainda em 2024, serão oferecidas 100 vagas para o curso Acupuntura para Médicos da Atenção Básica (Amab), promovido por meio de uma colaboração entre a Universidade Federal de Santa Catarina e o Ministério da Saúde. E ainda mais duas novas turmas do curso Práticas Corporais nos Polos de Academias da Saúde de Minas Gerais: formação de instrutores de Tai Chi Chuan (Taiji Quan) e Qi Gong, que é realizado de forma presencial por meio de uma parceria entre a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG), a SES-MG e o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).
Atendimento à população
A auriculoterapia é uma das 29 práticas integrativas (Pics) disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Paula Souza explica que as Pics atuam de forma complementar aos tratamentos convencionais e contribuem para uma visão ampliada do processo saúde/doença e da promoção do cuidado integral, além de proporcionar autonomia dos sujeitos, empoderamento do usuário e valorização do saber popular. Acupuntura, aromaterapia, auriculoterapia, biodança, cromoterapia, massoterapia e reiki são algumas das terapias que estão entre as Pics.
“As Pics se aplicam, por exemplo, na saúde mental, por conta de insônia, depressão, ansiedade e transtornos de pânico e quando pensamos em pacientes com dores crônicas, como mialgias, lombalgias e artrites. Então é importante também essa abordagem no âmbito da atenção especializada”, comenta a referência técnica.
A maior parte das cidades mineiras oferecem as Pics na própria Unidade Básica de Saúde (UBS), onde os profissionais das equipes podem atender diretamente aos usuários ou, ainda, encaminhá-los para outros serviços, após uma avaliação individual.
“Por isso, o usuário que tiver interesse, deve procurar a UBS mais próxima à sua residência e verificar quais práticas são oferecidas”, conclui Paula Oliveira.
A lista de municípios que oferecem acupuntura e auriculoterapia na Atenção Primária à Saúde em Minas Gerais está disponível em https://saude.mg.gov.br/pics.