Alcolumbre: nem com 81 assinaturas

Mesmo com 41 assinaturas no Senado, presidente da Casa diz que não pautará pedido de impeachment de Moraes “nem com 81 senadores”


A ofensiva da oposição para tirar Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal chegou a um ponto inédito nesta semana. Liderados por Luciano Zucco (PL-RS), deputados e senadores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro conseguiram reunir as 41 assinaturas exigidas para protocolar o pedido de impeachment no Senado. No entanto, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), já antecipou: não vai pautar a matéria.

A declaração de Alcolumbre foi feita durante reunião com líderes partidários na residência oficial do Senado. Segundo relatos, ele afirmou com todas as letras que “não pautará o impeachment nem com 81 assinaturas”. A frase foi dita em resposta direta ao senador Eduardo Girão (Novo-CE), que cobrava o andamento da proposta.

A oposição ocupou o plenário por dois dias para pressionar pela votação do pedido e de outras pautas ligadas ao chamado “pacote da paz”, criado em reação à prisão domiciliar imposta a Bolsonaro. Esse pacote inclui a PEC do Fim do Foro Privilegiado e uma proposta de anistia geral aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Entre os últimos a aderirem ao pedido de impeachment estiveram o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e a senadora Ivete da Silveira (MDB-SC), garantindo o número mínimo necessário. Mesmo assim, Alcolumbre disse que a decisão não depende de quantidade, mas de “avaliação jurídica”.

“Não se trata de uma questão numérica”, teria afirmado o presidente do Senado. Depois, em gesto conciliador, prometeu que novos pedidos serão avaliados “com responsabilidade”, mas reforçou que não cederá à pressão dos bolsonaristas.

Apesar da mobilização, a oposição desocupou o plenário nesta quinta-feira (7), após reunião com Alcolumbre. O presidente se recusou até mesmo a atender o senador Magno Malta (PL-ES), que estava acorrentado à mesa da Casa. A recusa reafirma o controle absoluto que Alcolumbre mantém sobre a pauta do Senado — inclusive diante da maior ofensiva já registrada contra um ministro do STF.

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