O Ambulatório de reabilitação de membro superior do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) exerce um papel fundamental na vida dos pacientes atendidos, pois graças às sessões de terapia ocupacional (TO) realizadas é possível voltar a ter uma vida funcional e com sequelas mínimas.
Atualmente, são atendidos 70 pacientes semanalmente no ambulatório de reabilitação de membro superior, que funciona segunda e quarta-feira, das 7h às 19h e quinta-feira, das 7h às 13h. Os pacientes fazem sessão uma ou duas vezes na semana, dependendo da necessidade clínica de cada um. Todos são de pós-cirúrgico e encaminhados via regulação, que atende pacientes de panorama 3, ou seja, de todo o Distrito Federal.
“Hoje, a importância da terapia ocupacional para essa reabilitação é o paciente ser independente, ele ser funcional. No pós-operatório o paciente, que tiver uma fratura de membro superior, ele vai ficar dependente de alguém para comer, para escovar os dentes, na hora do banho, para se limpar na hora do banheiro. Então, a partir da internação, ele já fica dependente de alguém e eu, enquanto terapeuta ocupacional, tenho que deixar esse paciente funcional, deixar ele independente para as atividades do dia a dia”, explica a terapeuta ocupacional do Ambulatório de Reabilitação de Membro Superior, Viviane França.
Segundo a profissional, o paciente é avaliado de maneira completa, observando não somente o membro que precisa ser reabilitado. “Às vezes, ele chega com a dor da mão, mas por trás daquela dor tem muita coisa, pode ser uma dor crônica como fibromialgia. Eu olho muito por isso, pelo paciente como um todo. Já os pacientes encaminhados de cirurgias realizadas aqui mesmo no HRSM, ele já tem um atendimento inicial com o profissional de TO na internação, o que mostra a importância da nossa atuação em todos os setores”.
Utilizando de diversos dispositivos e materiais, Viviane atende tanto crianças quanto adultos. As sessões duram cerca de 45 minutos e ela consegue receber até três pacientes no mesmo horário. O objetivo é fazer com que o paciente recupere seus movimentos e se ficarem sequelas, que sejam mínimas. Geralmente, cada paciente é regulado para fazer 20 sessões, caso o problema não seja solucionado, ele volta para a fila da regulação.
Superação e resultados
A confeiteira Nelcy Ferreira, de 47 anos, começou a fazer a reabilitação da mão com a terapia ocupacional em setembro após ter uma trombose em sua mão esquerda e perder quatro dedos, além de perder a sensibilidade e ficar com o movimento do braço encurtado. Ela passou por duas cirurgias e ficou mais de 40 dias internadas no Hospital de Base. Hoje, indo duas vezes na semana para o tratamento, já sente muita diferença.
“Melhorou bastante pra mim porque as dores diminuíram. Costumo colocar gelo quando estou em casa. A minha mão não tinha sensibilidade, quando eu tocava, parecia que tinha uma resistência. Agora, eu já consigo tocar na minha mão, levantá-la e passar na cabeça, colocar no queixo. Já consigo mexer o braço e até firmar uma panela na pia para lavar. É maravilhoso ter esse avanço em tão pouco tempo, porque no início o primeiro diagnóstico que tive é que eu teria que amputar o braço inteiro, graças a Deus não precisou. Nossa, estou muito feliz, porque agora consigo fazer algumas coisas. Estou muito feliz. Muito feliz mesmo”, relata.
Hoje, ela já consegue mexer um pouco o dedo, já sobe um zíper com a mão e até já conseguiu espatular um bolo. “É um caso de muito sucesso e superação, pois ela teve avanços em pouco tempo. Oriento a massagear e utilizar gelo em casa, ela faz tudo direitinho”, avalia Viviane.
O pedreiro Carlos de Souza, de 50 anos, sofreu um acidente de trabalho em fevereiro. Levou uma queda do telhado numa altura de oito metros e quebrou uma parte do braço e do acetábulo (bacia). Chegou a usar cadeira de rodas por quase dois meses e após o mesmo período de reabilitação, voltou a andar novamente.
“Quando eu comecei a fazer a terapia ocupacional era na cadeira de rodas. E agora, já faço tudo praticamente, até andar de bicicleta. Meu braço já voltou a ter força. Faço tudo que ela me orienta aqui, todos os exercícios e o ortopedista já falou que depois que terminar essas sessões devo estar apto para voltar ao trabalho”, afirma animado. Ao todo, ele vai fechar seu tratamento de reabilitação com 70 sessões, tendo em vista a gravidade de seu caso e a necessidade.
Daniela Alves, de 47 anos, é contadora e sofreu uma queda após sentir uma fraqueza nas pernas. Fraturou um dos ossos do rádio (cotovelo) e ficou com o movimento do braço bastante encurtado. Porém, em apenas um mês de sessões com a TO, sente muito diferença nos movimentos do braço. “Estou tendo mais autonomia nas minhas atividades diárias e já consigo esticar bem mais o meu braço, isso é ótimo”.
*Com informações do IgesDF