No Brasil, os anos 90 começaram com instabilidade, com o confisco de poupanças do presidente Fernando Collor. Os negócios escusos de Collor mais tarde levariam milhares de jovens (mobilizados por uma forte campanha de mídia) a criarem o movimento dos “caras-pintadas” e pedirem seu impeachment.
No governo seguinte (Itamar Franco), o país experimentou estabilidade econômica e crescimento com o Plano Real (1994), que igualava a paridade da moeda e do dólar por meio de uma banda cambial. O Ministro da Fazenda que implementou o Real, Fernando Henrique Cardoso, se elegeria presidente por duas vezes seguidas naquela década, ganhando sua reeleição após mudar a Constituição. O sistema de bandas cambiais mostrou fragilidades ao fim da década, tendo impactos no aumento da pobreza. Com as reservas cambiais comprometidas, a moeda tornou-se flutuante em janeiro de 1999, após não suportar as pressões especulativas junto à crise russa de 1998. O presidente também trouxe a volta do Fusca, denominado Fusca Itamar. O Fiat Uno passou a ter a nomenclatura Mille.
A cultura brasileira tornou-se mais valorizada, com a ressurreição do cinema e a boa recepção de músicos brasileiros no exterior.
O esporte também passou por bons momentos, com 25 medalhas olímpicas e títulos mundiais no futebol masculino e basquete feminino.
Na música, o Grunge, subgênero do Rock, foi sem dúvidas o gênero que mais fez sucesso nesse período: Nirvana, Alice in Chains, Pearl Jam, Foo Fighters, Soundgarden, Stone Temple Pilots, The Smashing Pumpkins impactaram durante toda decada, dando influência a outras bandas que dominam até hoje o mundo musical como Linkin Park e Coldplay. O fim da década de 90 foi marcado pelo ressurgimento do Punk Rock e surgimento do Pop Punk, marcados pelas bandas Green Day, blink-182, The Offspring, que continuaram a fazer sucesso na década posterior. A MTV tem seu auge ao abrir canais em vários países, com a popularização da TV a cabo. É importante destacar a banda britânica Oasis, que possuía uma forte influência dos Beatles. Outras bandas de grande destaque foram o Rage Against the Machine, que teve uma grande influência sobre o gênero nu metal na década posterior, e os Red Hot Chili Peppers, cujo som era uma mistura de funk, hard rock, rock alternativo, e soul.
O R&B foi o gênero predominante na cena musical e nas rádios durante toda a década, obtendo destaque por meio de nomes de grande sucesso como Mariah Carey, Aaliyah, Toni Braxton, Boyz II Men, TCL, En Vogue, Blackstreet e vários outros.
Um grande fenômeno, sobretudo na segunda metade da década, foi o Teen Pop, ou simplesmente “Pop adolescente”, tendo como as principais representantes femininas Britney Spears e Christina Aguilera. Também por grupos de rapazes, as famosas Boy bands, como Backsteet Boys, ‘N Sync, Westlife, Five e outras. Grupos de garotas também, como o fenômeno Spice Girls.
Outro gênero de grande destaque foi o Rap americano, que passou a ganhar notoriedade mundial nessa década. Nomes como: 2Pac, Notorious B.I.G., Snoop Dogg, Puff Daddy, Wu-Tang Clan, Dr. Dre, Ice Cube e Cypress Hill explodiram de popularidade. Foi também ao final dessa época que DMX e Eminem ganharam popularidade.
Vale destacar também a ascensão da música Eletrônica ao mainstream. Marginalizada até a década de 80, ela ganhou notoriedade após Madonna trabalhar com produtores de House no início dos anos 90 em hits como “Vogue”, remixes de seus singles e no álbum Erotica. Durante este período, músicas como “Pump Up the Jam” do Technotronic e “I’ve Got the Power” do Snap! explodiram em todas as rádios, dando início a novas tendências mundiais. É importante frisar o sucesso do cantor Michael Jackson que teve seu álbum Dangerous o álbum de cantor masculino mais vendido da década de 90.
No Brasil, a Lambada explode no início da década com o sucesso da novela Rainha da Sucata.
O Sertanejo também aparece com muita força puxadas por diversas duplas sertanejas que fizeram grande sucesso como Leandro & Leonardo (até a morte de Leandro em 1998), Chitãozinho & Xororó, Zezé di Camargo & Luciano, Chrystian & Ralf e outras duplas e artistas notórios do gênero na época, como Roberta Miranda e Sula Miranda.
O Pagode também foi representado com bastante louvor vários grupos se destacando: Raça Negra, Exaltasamba, Só Pra Contrariar, Molejo, Soweto e Katinguelê. Já o Samba teve Zeca Pagodinho como grande destaque.
A música baiana (axé music, samba-reggae e pagode baiano) também foi mania nacional com Daniela Mercury, que ficou conhecida como a “rainha da Axé music”, emplacando 10 músicas em primeiro lugar na parada oficial brasileira e vendeu mais de dez milhões de discos. Também o conjunto “É o Tchan”, Banda Eva de onde saiu para carreira solo a baiana Ivete Sangalo.
O grande destaque foi o Funk Carioca ou Funk Melody que despontou principalmente com a dupla Claudinho & Buchecha mas também se destacaram Mc Marcinho e Cidinho & Doca. Entre os artistas que produziam música Pop, foram febres Sandy & Junior, Deborah Blando, Patricia Marx, Dominó, Fat Family e Pepê & Neném.
No Rock Brasileiro destaca-se as bandas Skank, Jota Quest, Raimundos, Planet Hemp, O Rappa, Charlie Brown Jr., Los Hermanos, Sepultura e Angra, vale destacar também que bandas veteranas surgidas na década anterior como os Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e Legião Urbana ainda tiveram muito destaque durante a primeira metade da década.
O Conjunto Musical Mamonas Assassinas foi destaque nacional vendendo em seu único disco mais de 1 milhão e 800 mil cópias, porém um ano após estourarem o conjunto inteiro faleceu num acidente aéreo em São Paulo.
Na música eletrônica um nome relevante foi o de DJ Marky. Vindo da periferia de São Paulo ele foi o principal nome que introduziu o Drum ‘N Bass no cenário musical brasileiro, criando tendências que marcaria a música Eletrônica no mundo inteiro.
Na Copa dos Estados Unidos (1994), a seleção do Brasil conquistou o tetracampeonato.
Fonte: wikipedia
Fotos: Google imagens