“Avanço em políticas para mulheres requer mais participação feminina na política”, pregam deputadas


“Avanço em políticas para mulheres requer mais participação feminina na política”, pregam deputadas

Por ocasião da 5ª Semana Legislativa pela Mulher, o plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal recebeu, na manhã desta segunda-feira (3), mesa redonda sobre os avanços e as conquistas das mulheres na política. O debate reuniu três das quatro deputadas distritais da atual legislatura: Doutora Jane (MDB), Jaqueline Silva (MDB) e Paula Belmonte (Cidadania).

A discussão foi mediada pela diretora da Escola do Legislativo da CLDF (Elegis), Jane Marrocos, que atua há 30 anos na Casa. Ela registrou que, desde a implantação do parlamento local, as mulheres ocuparam apenas 10% das vagas de parlamentares e, em somente duas das 18 mesas diretoras, responderam pela presidência. “Há ainda a necessidade de reforçarmos o mandato de mulheres”, defendeu.

“Como a gente convence as mulheres que é importante votar em outras mulheres?”, provocou a deputada Doutora Jane, ex-procuradora especial da Mulher da CLDF. Ela mesma respondeu ao questionamento com a frase: “Nada sobre mim sem mim”. 

E seguiu: “Não dá para fazer política pública para a mulher sem mulher; política pública para o negro sem o negro; política pública para a diversidade sem o diverso. Outra pessoa que se dispõe a fazer uma política para nós não tem o nosso olhar, não enxerga como enxergamos”.

Doutora Jane lamentou a “lentidão dos avanços” no que diz respeito à representatividade feminina na política e pregou: “Precisamos ir para dentro dos partidos, fazer militância político-partidária, impor nossa força dentro dos partidos, ser maioria nas convenções [partidárias]. Somos muito tímidas ainda”. 

“Sonho muito com o dia em que essas cadeiras estejam sendo ocupadas, em sua maioria, por mulheres, pois somos maioria nas urnas”, afirmou a deputada Jaqueline Silva, que está em seu segundo mandato como distrital. 

“Muitas veem a CLDF como uma coisa distante, que não é para uma pessoa comum, não é para uma dona de casa. Mas é! Precisamos sentar nessas cadeiras”, defendeu a parlamentar, aproveitando para elogiar o trabalho da Elegis – organizadora da Semana Legislativa pela Mulher – de aproximar a CLDF da população.

Assim como Doutora Jane, Jaqueline Silva reforçou a importância de as mulheres se envolverem nas discussões partidárias e em outras instâncias de poder, como os conselhos de segurança, de saúde e de cultura. “Tudo isso é processo político”, argumentou.

 

A emedebista aproveitou para lembrar que este é ano de eleições municipais no Brasil. “Precisamos apoiar as candidaturas de mulheres nessas eleições”, insistiu.

Tendo como gancho a fala da colega, a deputada Paula Belmonte (Cidadania) contou nunca ter entrado no plenário da Casa antes de 2018. A distrital, que na legislatura anterior tinha assento na Câmara dos Deputados, relatou que, antes, via a política como “algo muito distante, até com certo preconceito”. 

Ela registrou sua entrada nesse universo, depois de ter perdido um filho de dois anos de idade. “Cheguei à Câmara sem saber quem era quem nem o que significava MDB ou PSB. Mas eu sabia que era uma mulher e que estava defendendo o direito das crianças, cheguei sabendo qual era o meu propósito”, disse. Agora, ciente das possibilidades de impacto da atuação parlamentar, Belmonte comemorou o recebimento da medalha Amigo da Primeira Infância, concedida pelo Legislativo federal, a partir de votação dos deputados federais.

Semana Legislativa pela Mulher – Confira a programação



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