A aparente sugestão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que seu tio pode ter sido vítima de canibalismo durante a Segunda Guerra Mundial desencadeou uma reação controversa na Papua-Nova Guiné. Esses comentários lançaram uma sombra sobre as relações entre os EUA e a nação do Pacífico, obtendo uma resposta firme de seu líder.
Durante uma visita a um memorial de guerra, Biden deu a entender que os EUA não conseguiram recuperar os restos mortais de seu tio Ambrose Finnegan após um acidente de avião perto da ilha da Nova Guiné durante a guerra, “porque costumava haver muitos canibais” na região.
O presidente da Papua-Nova Guiné, James Marape, admitiu que Biden pode ter se expressado mal, mas rejeitou veementemente a caracterização de canibalismo na nação insular do Pacífico.
Embora o canibalismo tenha sido documentado entre tribos remotas da região no passado, a Papua-Nova Guiné tem lutado para se livrar dos estereótipos nas décadas mais recentes, e os comentários de Biden foram recebidos com críticas dentro do país.
Numa declaração, Marape pediu aos EUA que ajudassem a encontrar os restos mortais dos mortos durante o conflito e destacou a necessidade de honrar aqueles que serviram na guerra.
Os comentários de Biden foram feitos durante uma visita a um memorial de guerra na Pensilvânia em abril. Ele sugeriu que seu tio “foi abatido na Nova Guiné, e eles nunca encontraram o corpo porque costumava haver muitos canibais, de verdade, naquela parte da Nova Guiné.”
A Embaixada dos EUA em PNG afirmou que os Estados Unidos “respeitam o povo e a cultura da Papua-Nova Guiné” e estão comprometidos em promover relações respeitosas entre as democracias. No entanto, não repetiu as afirmações de Biden sobre canibalismo ou sobre o destino do avião de seu tio.
Esses comentários de Biden surgem quase um ano após ele ter cancelado uma viagem planejada à Papua-Nova Guiné devido a negociações internas sobre a dívida dos EUA.
