Quando realizou com sucesso o lançamento de teste do foguete Falcon Heavy, em fevereiro de 2018, a empresa de exploração espacial SpaceX fez uma pequena brincadeira: como carga a ser transportada para o espaço, em vez de um satélite ou módulo com tripulantes, ela levou um carro com um manequim de motorista.
O Starman, como foi batizado o boneco, “dirige” um Tesla Roadster, que pertence à montadora de Elon Musk, CEO tanto da Tesla como da SpaceX. Além de posar para fotos incríveis e ser considerado oficialmente um corpo celestial, o motorista artificial agora está perto também de um objetivo do seu criador: se aproximar de Marte.
A caminho?
Dois anos e oito meses depois de deixar o nosso planeta, Starman chegou ao ponto mais perto do Planeta Vermelho até agora: 7,4 milhões de quilômetros, o equivalente a 19 vezes a distância entre a Terra e a Lua. É um número considerável, mas é também mais perto do que qualquer missão tripulada para o local.
Quem fez o cálculo foi Jonathan McDowell, um astrofísico da Universidade de Harvard que comanda um projeto de rastreamento de objetos espaciais. O caso da carga da SpaceX é complicado, já que a órbita traçada é assimétrica e não há mais sinais de transmissão por parte do veículo, mas é possível ter uma boa ideia do posicionamento com base em cálculos que levam em conta a gravidade da Terra no momento da saída.
Quem estiver ainda mais curioso pode acompanhar outro projeto: o Where is Roadster, que também faz previsões em tempo real sobre em que local do espaço o carro se encontra.
Realizar uma missão tripulada e estabelecer uma colônia em Marte é um dos sonhos de Elon Musk — esse é o objetivo mais ambicioso inclusive de lançamentos da Starship, a nave ainda em fase de testes da companhia. Porém, a carga provavelmente não chegará perto o suficiente de Marte para ser afetado pela gravidade local, já que a posição atual foi uma feliz combinação do momento orbital do carro e de uma aproximação do planeta vizinho com a Terra.
Como ele está agora?
O Starman atual não deve ser parecer em nada com o modelo que foi fotografado logo após chegar ao espaço. Segundo o LiveScience, o automóvel e o manequim provavelmente já sofreram bastante os efeitos da radiação solar em contato direto.
É possível que a pintura vermelha, os bancos de couro e os pneus de borracha tenham sido deteriorados e que, em breve, sobre apenas o chassi e os vidros mais resistentes que compõem o veículo.
Fonte: Megacurioso