Talvez nunca uma eleição municipal foi tão decisiva a nível da política nacional no Brasil.
As eleições que acabaram neste domingo 27 de outubro foram mais um teste para as duas vertentes políticas que dominaram o cenário nos últimos oito anos, foram sim um momento da consolidação e criação do substrato para a campanha nacional de 2026.
Após quatro anos de bolsonarismo e dois do retorno de Lula as eleições municipais foram o momento do teste das ideias das militâncias e sobretudo da rejeição.
Nisso um novo cenário novo arranjo se dispõe agora diante dos olhos de todos no campo político apontando para modificações potentes na estrutura de poder para as próximas eleições.
O velório da esquerda
A esquerda optou em 2022 se pendurar completamente no PT e no lulismo. Movimento lhe custará caro agora.
O PT que sempre teve um razoável desempenho nas eleições municipais e que demonstrou sempre uma capacidade de votação muito forte nas capitais aonde movimentos sindicais movimentos de minorias se organizam esse institucionalizam com o satélites do partido, viu desta vez essa força se desmanchar.
Apenas uma capital Fortaleza restou o PT em uma eleição muito disputada ganha com um percentual mínimo de votos.
E não somente pelo fato de ter elegido apenas um prefeito nas capitais Mas pela votação baixíssima geral que o PT teve em todas as outras capitais. Mesmo aquelas onde chegou o segundo turno diretamente ou por seus partidos satélites não chegou a 40% dos votos
Bolos o peixe que mordeu o anzol chamado Marçal
Porém a simbólica é a eleição de São Paulo é um Marco duplo na virada da estrutura de poder estabelecida na dualidade Lula versus bolsonaro.
Pablo Marçal nas eleições de São Paulo pode aparentemente ter sido um bobo da corte aquele que entra pulando dentro do salão cantar rolando irônicamente pseudo verdades na cara de todos. Mas ele foi muito mais do que isso.
No momento em que a esquerda abraçou o debate com este arlequim ela se viu despida e colocando amostra toda a sua inabilidade de lidar e contrapor o discurso típico bolsonarista
Em questões numéricas também ao abraçar o discurso e crer que o adversário era Marçal eliminou suas possibilidades de um segundo turno aonde poderia fazer contraponto alguém.
Bolos talvez tivesse chance contra a Marçal mas era evidente a derrota para Nunes no cenário que se montou.
Nunes entenda-se aqui é Tarcísio, que jogou muito bem todas as peças desse xadrez para que a batalha final se dispusesse da forma com o que aconteceu
A vitória de Nunes é a Vitória da centro-direita mais moderada em cima do bolsonaro radical cujo pivô é Tarcísio.
Colocar Marçal na fogueira esposo também de forma nua os paradoxos do bolsonarismo
E é preciso lembrar sobretudo lembrar a esquerda que o voto em bolsonaro tanto de em 2022 quanto de 2018 é em sua grande maioria daqueles que não encontraram representatividade alguma nas propostas e nas pessoas apresentadas pela esquerda
Agora essas pessoas que não são bolsonaristas radicais que tendem a ser de centro direita tem um representante legitimado pelas urnas e estabelecido como uma força política.
Nisso mesmo sendo cedo podemos prever o cenário de 2026 em um embate primário aonde o bolsonarismo semi institucionalizado seja excluído do debate principal por esta força recente
Muito dificilmente esse bolsonarismo radical irá sobreviver a dois governos de centro direita que consigam efetivar propostas econômicas que o bolsonarismo arraigado na sua pauta moralista não conseguiu
E a esquerda sobretudo o lulismo chegará 2022 com altíssimos níveis de rejeição e não haverá ninguém para substituir Lula em um embate.
A seguir a estrutura de votos que se colocaram nas prefeituras e em que pese a possibilidade da piora do cenário econômico isso pode indicar uma vitória de Tarcísio até mesmo em um primeiro turno
O que estamos vendo é portanto o velório do Lulu petismo que levará à esquerda institucionalizada para a cova como brindes.
E uma vitória de Tarcísio nesta magnitude em 2026 pode ser uma pá de cal na esquerda por décadas.