O Programa de Pesquisa em Geoengenharia Solar da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, planeja iniciar em breve um estudo sobre a eficácia de bloquear a luz solar de chegar à superfície terrestre.
O programa já recebe suporte financeiro de filantropos, dentre eles o bilionário fundador da Microsoft, Bill Gates, como informou a publicação NewsWeek. O objetivo do estudo é diminuir o impacto global das mudanças climáticas e preparar o planeta para uma possível emergência climatológica.
Além disso, em recente relatório de estudos, a Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos (Nasem) enfatiza que o governo americano deveria levantar entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões nos próximo cinco anos para suportar pesquisas relacionadas à geoengenharia solar.
Geoengenharia explicada
Fonte: Express & Star/Sue Childs
A geoengenharia — também chamada de engenharia climática ou intervenção climática — é um termo que define as tecnologias capazes de modificar características naturais da Terra em larga escala.
Categorias de estudo
Como informa a eCycle, a geoengenharia se divide em duas categorias principais. A primeira é relacionada ao carbono, também chamada de remoção de dióxido de carbono, que visa remover o excesso desse elemento da atmosfera. A segunda é a geoengenharia solar, que visa refletir mais luz do Sol para resfriar o planeta.
Contudo, as formas de intervenção relacionadas à engenharia climática ainda dividem as opiniões da comunidade científica.
Como os cientistas esperam bloquear a luz solar?
Conforme a Popular Mechanics, o método mais comum e estudado seria refletir os raios solares para longe da Terra. Para isso, cientistas planejam utilizar partículas de aerossol emitidas na estratosfera. Porém, o composto a ser utilizado em um caso real ainda deve passar por testes.
Experimento inicial
O estudo de Harvard patrocinado por Bill Gates vai resultar no Experimento Estratosférico de Perturbação Controlada (SCoPEx), no qual cientistas planejam “usar um balão que elevará um instrumento de carga por cerca de 20 km atmosfera acima. Ao chegar lá, uma pequena quantia de material será liberado”, descreve o SCoPEx. Cientistas esperam criar uma massa com 100 metros de diâmetro para refletir parte da luz solar que chega até a Terra.
Fonte: Keutsch Group at Harvard
Carbonato de cálcio será o material utilizado no experimento. “Também poderemos liberar outros materiais com a finalidade de ampliar os estudos científicos”, completa SCoPEx.
Mesmo sendo uma experiência de pequena escala, o resultado trará importantes dados aos cientistas, que poderão mensurar o impacto que uma ação em grande escala ocasionaria na camada de ozônio, além de validar a funcionalidade do método.