Covid-19 é menos mortal do que se pensava

Especialistas explicam que a taxa de mortalidade da infecção causada pelo coronavírus Sars-CoV-2 é baixa, mas a doença é grave e não pode ser comparada à gripe comum.

 

A avalanche de infecções por coronavírus na atual pandemia está acompanhada por uma avalanche semelhante de informações, o que dificulta peneirar as informações confiáveis. Entre as perguntas mais cruciais está: quão mortal é o vírus Sars-CoV-2 que causa a Covid-19?

Começando pelo início: ao contrário de alguns relatos, não há evidências de que o vírus tenha evoluído para uma “nova cepa mortal” desde que surgiu no final de 2019. É claro que todos os vírus evoluem, e o Sars-CoV-2 não é exceção, mas os relatórios de que o vírus seria uma nova e agressiva cepa foram desconsiderados.

O Sars-CoV-2 parece estar em mutação (passando por alterações genéticas) a uma taxa semelhante a de outros coronavírus, como o SARS, de 2002, e o MERS, que causou a Síndrome Respiratória do Oriente Médio, em 2012. Essa taxa é menos da metade da dos vírus da gripe comum — o que é devagar o suficiente para permitir a produção anual de vacinas contra a doença.

Taxas evolutivas para três coronavírus, incluindo SARS-CoV-2 que causa Covid-19. Valores mais altos indicam vírus que acumulam mutações mais rapidamente; barra de erro em torno de SARS-CoV-2 indica incerteza atual. (Foto: Taiaroa et al. 2020/Sebastian Duchene (Univ. Melbourne))

Taxas evolutivas para três coronavírus, incluindo SARS-CoV-2, que causa Covid-19. Valores mais altos indicam vírus que acumulam mutações mais rapidamente; barra de erro em torno de SARS-CoV-2 indica incerteza atual. (Foto: Taiaroa et al. 2020/Sebastian Duchene/Univ. Melbourne)

Então, quão mortal é o novo coronavírus?
Esta questão é muito mais relevante, mas menos direta para responder.

Os relatórios da letalidade do vírus variam de acordo com a ordem de magnitude. Enquanto a maioria das pessoas consegue se recuperar do Covid-19, uma proporção significativa sucumbe diretamente ao dano viral, à pneumonia e à sepse.

Em 3 de março [de 2020], a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a taxa de mortalidade da doença era de 3,4%. Entretanto, outras estimativas amplamente citadas estimam uma taxa entre 3% ou 5%, enquanto outras fontes estimam bem abaixo de 1%.

Uma razão para essas discrepâncias é que [os especialistas] costumam usar duas maneiras diferentes para calcular a taxa de mortalidade. A Taxa de Fatalidade de Casos (CFR) é o número de mortes dividido pelo número de infecções conhecidas. Esse valor pode ser bastante inclinado para cima ou para baixo por conta da amostragem.

Por exemplo, imagine que o vírus infecta 100 pessoas. Dessas, 70 são assintomáticas e não sabem que estão doentes, enquanto 30 adoecem e são diagnosticadas. Dentre os diagnosticados, 1 paciente acaba morrendo. Nesse exemplo, a taxa de mortalidade real é de 1% (1/100), mas o CFR é de 3,3% (1/30).

Esse viés geralmente é mais forte durante os estágios iniciais de um surto, quando muitos casos leves são perdidos e o número de casos confirmados ainda é baixo. Por esse motivo, alguns epidemiologistas agora acham que as taxas de mortalidade relatadas inicialmente são superestimadas.

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