CPI decide sobre Witzel e outros assuntos

A CPI da Covid pretende votar, nesta sexta-feira (18), 14 requerimentos entre quebras de sigilo e convocações para depoimentos. Dois deles são pedidos para a realização de uma sessão reservada com o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. Além disso, médicos favoráveis ao tratamento precoce contra o coronavírus devem ser ouvidos pelos senadores.

A sugestão da reunião secreta com os membros do colegiado foi feita pelo próprio ex-governador, em depoimento à CPI na última quarta-feira (16). Ele afirmou que seu impeachment foi “patrocinado”, que a perseguição que sofreu impactou o combate à pandemia no Rio de Janeiro e que gostaria de uma sessão sob segredo de Justiça para narrar o que sabe. Witzel afirmou ainda correr risco de vida.

Os requerimentos para a realização da sessão foram apresentados pelos senadores oposicionistas ao governo federal Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Outro pedido requisitado diz respeito à convocação do atual governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC).

Tratamento precoce

A comissão deverá receber dois médicos para debater medidas de combate à covid-19. fenderam a adoção do tratamento precoce contra covid-19. A comunidade científica internacional considera que remédios como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina não têm eficácia contra a doença.

Zimerman é ex-presidente da Associação Gaúcha de Profissionais em Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar. Já Francisco Eduardo Cardoso Alves é especialista em infectologia pelo Instituto Emílio Ribas e diretor-vice-presidente da ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social).

Na sexta-feira passada (11), outros dois profissionais de linhas contrárias aos de hoje foram convidados pelos senadores. A microbiologista da USP (Universidade de São Paulo) e presidente do Instituto Questão de Ciência, Natalia Pasternak, e o médico sanitarista Claudio Maierovitch, ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Santiária) se posicionaram duramente contra a adoção do tratamento precoce.

Sessão tensa e rápida

Nesta quinta-feira (17), o empresário Carlos Wizard não compareceu à sessão. Irritado, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-MA), afirmou que enviará um ofício à Justiça para que ele seja conduzido coercitivamente (à força) pela Polícia Federal à comissão e que seu passaporte seja apreendido assim que entrar no Brasil – Wizard alega estar nos Estados Unidos.

O empresário, fundador da escola de idiomas, é suspeito integrar um suposto gabinete paralelo para aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro e decisões relativas à Covid-19. O grupo teria promovido a adoção de remédios sem eficácia contra a doença.

Outro convocado desta quinta, o auditor do TCU (Tribunal de Contas da União), Alexandre Silva Marques, suspeito de produzir relatório falso apontando uma supernotificação de mortes por covid-19, compareceu à sessão, mas foi dispensado. A reunião, na sequência, foi encerrada por conta da votação da MP da Eletrobras.

FONTE: CORREIO DO  POVO

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