No dia 6 de junho, o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) falou após ter seu mandato cassado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Por Rogério Cirino
Em um pronunciamento, Dallagnol afirmou que a decisão da Câmara foi “contra a vontade do povo” e prometeu lutar até o fim.
Dallagnol declarou que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados se curvou diante de uma decisão injusta do Tribunal Superior Eleitoral, destacando que o Poder Legislativo mais uma vez aceitou a criação da lei pelo Poder Judiciário. Ele ressaltou que a Casa do povo se dobrou contra a vontade popular. O ex-deputado enfatizou que lutou e continuará lutando pelos 345 mil eleitores que o apoiaram, e que recorrerá até o fim não por um cargo ou mandato, mas pelas pessoas que depositaram seu voto nas urnas.
Dallagnol mencionou que deixa o Congresso Nacional com a paz de quem honrou seus eleitores e ressaltou que sua cassação ocorreu devido à sua atuação no Ministério Público. Ele afirmou não ter sido cassado por sua saída do órgão, mas sim pelas ações que empreendeu enquanto atuava nele. Dallagnol argumentou que seu crime foi defender seus valores, a verdade e buscar colocar políticos corruptos na cadeia. Ele ressaltou que, embora o sistema corrupto tenha vencido uma batalha, ele continuará lutando para que não vença a guerra.
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A cassação do mandato de Deltan Dallagnol foi confirmada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados em uma reunião realizada nesta terça-feira. O deputado já havia perdido o mandato em maio, após um julgamento no Tribunal Superior Eleitoral, que terminou com um placar de 7 votos a 0. A Mesa Diretora analisou apenas se o processo jurídico seguiu a legislação e não discutiu o mérito da decisão do TSE.
Em nota oficial, a Câmara destacou que não estava decidindo sobre a cassação do mandato, mas sim declarando a perda do mandato de acordo com a decisão da Justiça Eleitoral. Os membros da Mesa Diretora afirmaram que não cabe à Câmara discutir o mérito da decisão judicial.
Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, foi eleito o deputado mais votado do estado nas eleições de 2022, com 344.917 votos. O TSE julgou um recurso apresentado por partidos que questionaram a elegibilidade de Dallagnol, alegando que ele estaria barrado pela ficha limpa devido a procedimentos administrativos pendentes no Conselho Nacional do Ministério Público.
Em 1º de junho, Dallagnol recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão do TSE que determinou a perda de seu mandato. O ministro Dias Toffoli foi sorteado como relator do caso.