Consórcio teria participação do governo federal para custear o complemento do valor da tarifa paga pelo usuário do transporte público
A proposta de um consórcio para gerir o transporte público do Entorno avançou nesta quinta-feira (23). A governadora em exercício Celina Leão e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, estiveram no Palácio do Planalto para tratar do assunto com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. A ideia é que a gestão seja compartilhada entre as unidades da Federação e a União.
“Nós arcaríamos com uma parte, Goiás com outra e a União com a terceira parte. É uma condição específica geográfica que em nenhum outro lugar do país existe”,Celina Leão, governadora em exercício
Dessa forma, DF, Goiás e governo federal dividiriam os custos da tarifa, complementando o valor pago pelo usuário ao custo real da passagem. A reunião ocorre em meio à proposta da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável por gerir o transporte público no Entorno, de reajustar a tarifa em até 40%.
Os dois chefes do Executivo entregaram ao ministro das Relações Institucionais uma minuta com a proposta de um acordo para a gestão do transporte do Entorno, o que ocorreria com a criação de um conselho técnico.
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Tarifa compatível
“Essa mudança possibilitaria ao consórcio uma fiscalização permanente e uma tarifa justa para o contribuinte”, explica a governadora em exercício. “Na primeira reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os governadores, nós trouxemos esse projeto estratégico do DF e de Goiás. Nós arcaríamos com uma parte, Goiás com outra e a União com a terceira parte. É uma condição específica geográfica que em nenhum outro lugar do país existe.”
Para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o movimento conjunto com o DF se contrapõe a possíveis aumentos na tarifa para o cidadão.
“Foi uma oportunidade que nós tivemos de expor a nossa preocupação em relação a uma decisão da ANTT que propõe um aumento de 40% nas tarifas de transporte público na região do Entorno”, afirma o chefe do Executivo goiano. “É possível dar condições para que o cidadão tenha tarifa compatível com o que ele ganha e nós, ou seja, o consórcio interfederativo, contribuamos com o diferencial entre a tarifa paga pelo cidadão e a tarifa técnica paga por nós”.
Ainda segundo Caiado, o governo federal vai dar prioridade máxima ao assunto para que não ocorra o reajuste da tarifa.
Por Ian Ferraz, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto