Deputado alega perseguição por parte do ministro Alexandre de Moraes, do STF
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) anunciou, nesta terça-feira (18), que pretende solicitar asilo político ao governo dos Estados Unidos. Segundo ele, a decisão ocorre em razão de uma suposta perseguição promovida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo informou que se licenciará do mandato e que não há previsão para seu retorno ao Brasil.
O parlamentar argumenta que sua liberdade de expressão está sendo cerceada e criticou a possibilidade de perder seu passaporte devido a suas declarações. “Não é possível um parlamentar perder o passaporte dele pelo que ele fala. Cadê a imunidade parlamentar?”, questionou. Ele ainda afirmou que não pretende se submeter às decisões do ministro do STF. “Eu não vou me sujeitar a isso e ficar no cabresto de Alexandre de Moraes”, disse.
A decisão de Eduardo Bolsonaro ocorre após uma série de viagens aos Estados Unidos neste ano. Em janeiro, ele acompanhou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na posse do presidente Donald Trump. Desde então, tem buscado apoio de autoridades americanas para alegar que o Judiciário brasileiro persegue o ex-presidente Jair Bolsonaro e atenta contra a liberdade de expressão.
A atuação do deputado no Congresso americano para a criação de sanções contra o ministro Moraes levou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, a apresentar uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR). A ação pedia a apreensão do passaporte de Eduardo, mas foi rejeitada pela PGR e não teve andamento no STF.
Eduardo Bolsonaro também expressou preocupação com possíveis represálias caso retorne ao Brasil. Ele afirmou temer o bloqueio de suas contas bancárias e a revogação de seu passaporte. “Ele [Moraes] deve pedir o cancelamento do meu passaporte, deve pedir o bloqueio da minha conta no Brasil e fazer um pedido de extradição”, declarou.
Mesmo fora do país, o deputado indicou que continuará sua mobilização para que o governo americano imponha sanções a autoridades do STF. “O ministro do STF que seguir Moraes nas decisões contra a liberdade de expressão vai correr o risco de sofrer as mesmas sanções”, afirmou.