Disputa nas redes sociais leva à denúncia após ex-deputado criticar decisão sobre escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul.
Por Rogério Cirino
Na última quarta-feira, 19, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), tomou uma decisão firme ao apresentar uma denúncia ao Ministério Público contra o ex-deputado federal Jean Wyllys, acusando-o de proferir declarações homofóbicas. A polêmica teve início durante um acalorado bate-boca entre os políticos no Twitter.
Eduardo Leite utilizou sua própria conta na rede social para anunciar o ato, ressaltando que tal medida foi tomada devido às “falas preconceituosas e discriminatórias” de Jean Wyllys. O governador justificou sua ação, mencionando que não é a primeira vez que enfrenta declarações homofóbicas de outros políticos, incluindo Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro. Para Leite, associar suas decisões como governador a sua orientação sexual é inaceitável e, portanto, decidiu ingressar com a representação no intuito de que essa conduta seja apurada e devidamente responsabilizada.
“Não importa a ideologia política, homofobia, preconceito e discriminação não devem ser tolerados”, enfatizou o governador em um vídeo divulgado.
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O embate nas redes sociais se deu após Jean Wyllys criticar a decisão de Eduardo Leite em manter o programa de escolas cívico-militares no estado, apesar de uma decisão contrária do governo federal. O ex-deputado expressou sua insatisfação na plataforma, lançando comentários ácidos: “Que governadores heteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes”.
Em resposta, o governador Eduardo Leite rejeitou duramente a fala de Jean Wyllys, classificando-a como “deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções”, e ressaltou a importância de se construir uma sociedade mais respeitosa e tolerante. “Lamento a sua ignorância”, concluiu o governador.
A denúncia apresentada por Eduardo Leite representa mais um capítulo no debate sobre homofobia e preconceito na política brasileira, colocando em evidência a necessidade de se combater discursos discriminatórios em todas as esferas da sociedade. O Ministério Público será responsável por investigar o caso e determinar os desdobramentos dessa controversa questão.
