Em 19 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Educador Social, data instituída pelo Congresso Nacional em homenagem ao nascimento do educador pernambucano Paulo Freire. No Distrito Federal, o cargo foi criado em 2009 por meio de concurso público realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF).
O educador social é responsável por organizar atividades para diferentes faixas etárias, promovendo a troca de cultura e experiências. Essas atividades visam fortalecer o sentimento de pertencimento e identidade dos participantes e reforçar os laços familiares. Nos Centros de Convivência (Cecons), o trabalho é realizado por meio de oficinas e encontros coletivos, planejados conforme a idade e os interesses dos participantes. Além disso, educadores sociais de organizações da sociedade civil também atuam em parceria com a Sedes para oferecer esses serviços.
Os participantes chegam aos Cecons encaminhados pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), onde são identificadas as necessidades e potenciais beneficiários das atividades desenvolvidas. “É um cargo fundamental para estimular a socialização e a convivência, tanto no contexto familiar quanto na comunidade, criando um ambiente acolhedor e inclusivo”, destaca a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra.
Ao todo, há 109 educadores sociais distribuídos nos 16 Centros de Convivência do DF e nas áreas de gestão da secretaria, alcançando 1.800 famílias atendidas pelas unidades. A entrada no cargo se dá por meio de concurso público, sendo um dos requisitos a apresentação de diploma, devidamente registrado, de conclusão de qualquer curso de graduação com licenciatura plena, emitido por uma instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação.
Trajetória
O cargo de educador social é marcado pelo empenho dos profissionais que contribuíram para a implementação do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) no Distrito Federal. Ismael Barbosa da Cunha é um dos pilares dessa trajetória. Educador social da Sedes desde 2009, ele se recorda de como o serviço era no início. “Desafiador. Quando cheguei, o trabalho não era conduzido como é hoje, de modo a atender aos objetivos do serviço de convivência. Embora os servidores recém-chegados, na época, tivessem experiência em licenciatura, faltavam referências para desempenhar a função. Ficamos em um limbo, tendo que pesquisar e evoluir até chegar ao entendimento do que é o trabalho hoje, 15 anos depois”, declara o servidor do Cecon Granja das Oliveiras.
Ao longo desse período, o serviço de convivência passou por inúmeras mudanças: foi definido por meio da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais em 2009, reordenado em 2013 e o seu caderno orientador foi atualizado em 2022. “A legislação foi fundamental para que compreendêssemos a essência do serviço, consolidando-o como é hoje”, afirma Adriana Marques, educadora social com 15 anos de experiência e atualmente na Diretoria do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Dicon) da Sedes. “Assim, conseguimos perceber que o trabalho vai muito além da ideia equivocada de que o Cecon se destina apenas ao contraturno escolar”, completa.
A educadora Daniele Nunes, do Cecon Brazlândia, se emociona ao lembrar como o trabalho influenciou sua trajetória desde 2009. “O serviço de convivência me trouxe segurança. Eu entrei nele acreditando que sabia tudo o que a faculdade (de Pedagogia) ensinava. No entanto, ao longo do tempo percebi que o aprendizado vinha por meio da prática e da convivência com o público do Cecon”, afirma. “A minha influência é sempre promover segurança, no sentido de falar para os conviventes não deixarem de sonhar, acreditando que é possível fazer a diferença no mundo”, finaliza.
*Com informações da Sedes-DF