Mais de 1,7 mil pessoas, direta e indiretamente, foram beneficiadas pelo programa de melhorias habitacionais conduzido por essa gestão da Codhab.
Em um ano e meio, mais de 1,7 mil pessoas, direta e indiretamente, foram beneficiadas pelo programa de melhorias habitacionais conduzido por essa gestão da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab).
Além de reduzir o déficit habitacional e diminuir a lista de famílias à espera da casa própria, por meio da ação, o GDF garante moradia de qualidade para a população de baixa renda do Distrito Federal.
Tratam-se de famílias atendidas por dois subprogramas do eixo Na Medida, inserido na política habitacional do DF, o Habita Brasília. Uma das ações é batizada de Melhorias Habitacionais, e, por meio dela, o governo financia a elaboração de projetos e até de obras de reforma em casas construídas em áreas de interesse social.
Desde janeiro de 2019, 250 projetos arquitetônicos de requalificação habitacional foram elaborados e 150 obras executadas em cidades como Estrutural, Sol Nascente e São Sebastião, Riacho Fundo e Itapoã . O programa é destinado para famílias com renda de até três salários mínimos.
Por meio de empresas licitadas ou do trabalho das equipes dos Postos Avançados instalados dentro das comunidades – compostas por arquitetos, engenheiros, assistentes sociais e voluntários – a Codhab reforma cozinhas, áreas de serviço, banheiros, paredes, piso e telhados de casas em áreas regularizadas ou passíveis de regularização. Também reforçam a estrutura das residências, ampliam cômodos e fazem ventilação e iluminação nos domicílios.
Domicílios insalubres
A obra deve custar, no máximo, R$ 25 mil, incluindo os gastos com material, mão de obra e encargos legais e objetiva sanar problemas de salubridade e/ou segurança na residência. “O programa começou com reformas de R$ 10 mil, mas vimos que a precariedade nessas casas é muito grande. E, como o estado só entra naquela casa uma vez, nos esforçamos para aumentar o valor. São casas sem banheiros, feitas com material construtivo de baixa qualidade e com superadensamento (mais de três pessoas) em alguns cômodos”, afirma a arquiteta Sandra Marinho da Diretoria de Assistência Técnica da Codhab, coordenadora do programa.
No caso de Kátia Cristina Pereira Cruz, 49 anos, os arquitetos e engenheiros do programa Melhorias Habitacionais constataram que a casa, na Estrutural, não suportaria uma reforma e demoliram o imóvel e o construíram de novo. O domicílio tinha em uma sala com cozinha americana, um banheiro e um único quarto onde dormiam todos os moradores da casa: Kátia e seus três filhos adultos.
José Augusto Cruz de Oliveira, 25, um dos filhos, foi quem inscreveu a mãe no programa. “Ela mora aqui desde que era invasão e construiu a casa como deu. Não tinha reboco, nem piso. E ela nunca teve condições de reformar”, conta. Agora, a família convive com mais um cômodo e os filhos dormem em quarto separado do da mãe.
A empresa que fez a reconstrução da casa contratou o marido de Kátia para trabalhar na obra. “Além de fazer melhorias em casas insalubres, ainda potencializamos a geração de emprego. As empresas costumam contratar pessoas da própria comunidade”, ressalta a arquiteta da Codhab. Segundo a companhia, foram gerados mais de 450 empregos diretos e indiretos por meio dos programas habitacionais do GDF.
Em março deste ano, a Codhab abriu um pré-registro para interessados no programa Melhorias Habitacionais, com o objetivo de mapear novas áreas para a atuação. Cerca de 450 famílias de todo o DF se registraram. A previsão é que novas inscrições sejam abertas no segundo semestre e o atendimento aos novos selecionados comece assim que a pandemia do coronavírus permitir. Atualmente, as reformas do programa estão suspensas por tempo indeterminado.
Módulo Embrião
Também entram na conta de beneficiados pelo programa habitacional do governo as famílias selecionadas para receber uma das 30 casas populares construídas nas QRs 619 e 621 de Samambaia do projeto Módulo Embrião, que faz parte do subprograma Moradia Digna, voltado para a população em situação de vulnerabilidade.
Essas pessoas estão incluídas na faixa 1 da política habitacional, têm renda entre R$ 0 e R$ 1.800, e são encaminhadas para a Codhab pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).
Ao todo serão entregues 108 módulos, que já estão em construção e devem ficar prontos nos próximos meses. O Módulo Embrião é uma construção básica de 44 metros quadrados composta de sala, quarto, cozinha, banheiro e área de serviço, com ligações de água, energia, cobertura, vedações e todos os acabamentos.
A casa poderá ser ampliada por cada morador por meio da autoconstrução (construção de unidades habitacionais de baixo custo por seus próprios usuários), com assistência técnica dos arquitetos e engenheiros da Codhab gratuita. Nedna mostra orgulhosa a planta da sua futura casa que terá espaço suficiente para ela, marido e três filhas.
A família de Nedna Nogueira, 33 anos, foi uma das beneficiadas pelo Módulo Embrião. Ela recebeu a casa no final de abril e já elabora o projeto para construir mais dois cômodos no imóvel. Um deles será o quarto que será divido pelas filhas e o outro será a sala da residência, já que a atual é pequena para Nedna, o marido e as três filhas de 8, 14 e 17 anos.
Até que os dois cômodos fiquem prontos, a família continuará improvisando. Nedna dorme no chão da sala com o marido e as filhas dormem no quarto. A construção será feita pelo vizinho, que é pedreiro e deu a mão de obra de presente.
“Não tenho nem palavras para agradecer o GDF por ter me dado essa casa. Eu morava na casa da minha mãe, em Santa Maria, porque nem o dinheiro do aluguel eu tinha”, conta Nedna que vive com a renda do programa Bolsa Família. Ela e o marido estão desempregados.
BSB TIMES