Entre metas batidas e descumpridas, IgesDF apresenta balanço à Comissão de Fiscalização


Entre metas batidas e descumpridas, IgesDF apresenta balanço à Comissão de Fiscalização

Comissão da Câmara Legislativa defende revisão de metas e mais transparência

A Comissão de Fiscalização, Gestão, Transparência e Controle da Câmara Legislativa realiza audiência pública, ao longo desta sexta-feira (22), para finalizar a análise da prestação de contas do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) iniciada no último dia 7. Pela manhã, foi apresentado balanço sobre a gestão e o funcionamento do Hospital de Base nos dois primeiros quadrimestres de 2024.

A audiência foi suspensa pouco antes das 13h e foi retomada no início da tarde, quando passaram a ser discutidos os indicadores e metas relativos aos outros equipamentos de saúde administrados pelo IgesDF; ou seja, o Hospital Regional de Santa Maria, 13 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Hospital Cidade do Sol. 

De janeiro a agosto deste ano, o Hospital de Base realizou 397.736 atendimentos, dos quais, 55.222 (13,9%) foram a pacientes que são de fora do Distrito Federal. A maioria dos pacientes são do sexo feminino (56,4%) e têm entre 15 e 59 anos (56,6%).

Consultas

Entre os indicadores alcançados, está o número de consultas médicas na atenção especializada. A meta para cada quadrimestre era de 88.308 consultas, e foram realizadas 94.240 nos primeiros quatro meses do ano, e 98.662 no segundo período. Com relação especificamente às consultas médicas de Oncologia Clínica, a meta também foi alcançada: foram atendidas 10.132 pessoas no primeiro quadrimestre e 9.550 no segundo.

Já os atendimentos de urgência ficaram bem aquém da meta quadrimestral. O número esperado era de 73.633 atendimentos, mas foram registrados apenas 41.453 no primeiro período e 40.838 no segundo.

Cirurgias

No que concerne às cirurgias programadas, a meta quadrimestral para o Hospital de Base era de 1.915, e foram realizadas 3.546 e 4.058 operações no primeiro e segundo quadrimestre, respectivamente.

Por sua vez, a meta estabelecida para as cirurgias eletivas de Ortopedia e Traumatologia (25% ou mais do número de cirurgias), foi descumprida. No primeiro quadrimestre, o percentual foi de 2,16% e, no segundo, de 6,66%

O percentual pactuado de cirurgias eletivas de Oncologia também não foi alcançado no segundo quadrimestre de 2024. A meta era de, no mínimo, 15% das cirurgias, mas o numero ficou em 14,06%.

Taxa de infecção

A meta da taxa de infecção de sítio cirúrgico (ISC), por quadrimestre, era de, no máximo, 1% e acabou sendo frustrada no período em análise. O percentual registrado foi de 1,80% no primeiro e de 1,33% no segundo quadrimestre. 

Para o superintendente do Hospital de Base, Guilherme Porfírio, que detalhou os dados sobre esse equipamento de saúde, essa é uma das metas que precisa ser revista e alterada. “No mercado privado e outros hospitais desse porte, o percentual gira em torno de 2% a 3%”, argumentou.

Taxa de mortalidade 

Outro indicador descumprido nos primeiros oito meses de 2024 foi a taxa de mortalidade institucional. A meta era um valor igual ou inferior a 5%. Os percentuais ficaram, contudo, em 7,33% e 6,94%.

Guilherme Porfírio defendeu a revisão, também, dessa meta. O médico destacou que a taxa proposta para o Hospital de Base é igual à estabelecida para o Hospital de Santa Maria e explicou: “Não dá para nivelar um hospital regional com um de alta complexidade. Aqui esperamos uma taxa um pouco maior, pois recebemos politrauma, pacientes em estado terminal”. O superintendente acrescentou ainda que, em hospitais semelhantes ao Base, a meta é de até 10%.

A presidente da Comissão de Fiscalização, deputada Paula Belmonte (Cidadania), cobrou dados segmentados sobre a taxa de mortalidade na instituição: “Quem são e por que morreram?”. A parlamentar solicitou o levantamento dessas informações, argumentando serem importantes para o planejamento de políticas públicas.

Transplantes

Nos quatro primeiros meses do ano, foram realizados 33 transplantes no Hospital de Base. No segundo quadrimestre, foram 23. Os números superam a meta quadrimestral de 20 procedimentos.

Na opinião da deputada Dayse Amarilio (PSB), essa meta está subdimensionada: “É um exemplo de meta que deve ser repactuada”.

Avaliações

O presidente do IgesDF, Juracy Cavalcante, avaliou positivamente o desempenho do Instituto à frente do Base: “Ficamos felizes que, apesar de algumas metas não terem sido atingidas, nós, em números absolutos, estamos atendendo, mês a mês, muito mais”. O gestor reforçou que o objetivo é sempre atender o paciente “com qualidade e com o menor custo”.

A deputada Paula Belmonte defendeu a realização de uma reunião com a Casa Civil “para refazer contrato para trazer autonomia e mais transparência”, bem como o estabelecimento de “metas relevantes para a sociedade”. Dayse Amarilio também reforçou: “É preciso rever o contrato e repactuar as metas”.

Por sua vez, o superintendente Guilherme Porfírio aproveitou para pedir a destinação de mais recursos para o Hospital de Base, por meio de emendas parlamentares. Segundo ele, há equipamentos muito antigos e faltam, por exemplo, carrinhos de anestesia. “O contrato de gestão não prevê verbas para compras”, apontou.

Também participaram da audiência pública, no período matutino, o deputado Gabriel Magno (PT); o presidente do Conselho de Saúde do DF, Domingos de Brito, além de outros gestores do IgesDF.

 

 



Source link

website average bounce rate

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui