Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência menciona poder de decisão da SSP-DF durante CPI da CLDF
Durante sua participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta quinta-feira (26/10), Saulo Moura da Cunha, ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), reconheceu a existência de falhas no acontecimento de 8 de janeiro de 2023. Nesse dia, ocorreram ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, e Saulo da Cunha destacou o poder de decisão da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) com base nas informações recebidas.
Ao ser questionado sobre as falhas que levaram aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, Saulo da Cunha preferiu não emitir avaliações sobre outros órgãos, mas ressaltou o papel da Abin como fornecedora de informações para auxiliar na tomada de decisões. Ele enfatizou que, no caso em questão, as forças de segurança do Distrito Federal detinham o poder decisório. O ex-diretor declarou: “A informação da Abin, de inteligência, é feita para assessorar o poder decisório. Nesse caso, quem estava com o poder de decisão eram as forças de segurança do Distrito Federal. Obviamente, os fatos falam por si: houve falha. Se não, nós não teríamos a depredação das sedes dos Três Poderes.”
Saulo da Cunha também foi questionado sobre eventos recentes relacionados à Abin, incluindo a descoberta da utilização de um programa para espionagem ilegal de celulares, durante a Operação Última Milha realizada pela Polícia Federal. O ex-diretor afirmou que soube da existência do software por meio dos meios de comunicação e esclareceu que, durante sua gestão, o dispositivo não foi empregado. Ele mencionou que, quando assumiu o cargo, havia uma correição em andamento que apurava o caso, mas ele não teve acesso ao seu conteúdo. Posteriormente, de acordo com a imprensa, foi iniciada uma sindicância. Saulo da Cunha enfatizou: “Em minha gestão, esse instrumento não foi usado. Nunca vi esse aparelho.”