A medida vale para entidades de interesse social que já aderiram à suspensão em abril
A Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) decidiu prorrogar por mais dois meses a suspensão do pagamento das parcelas mensais dos contratos de financiamento de imóveis vendidos para entidades de interesse social do Distrito Federal, ou seja, entidades religiosas, de assistência social e associações ou entidades sem fins lucrativos.
Assim, igrejas, orfanatos e asilos que compraram lotes em licitações ou regularizaram suas ocupações por meio da venda direta podem quitar em um segundo momento as parcelas que vencem em agosto e setembro. As prestações suspensas serão transferidas para o final do financiamento e poderão ser pagas sem qualquer multa ou juros.
A medida, no entanto, só vale para quem aderiu à suspensão dos pagamentos em abril, quando a Terracap decidiu autorizar o adiamento por até quatro meses do pagamento das prestações. Ou seja, podem ser beneficiadas as 78 entidades que já deixaram de pagar as mensalidades de abril, maio, junho e julho.
O número corresponde a 51% das entidades de interesse social com contratos vigentes com a Terracap. “É uma maneira que a Terracap encontrou de colaborar nesse esforço mundial de governos e povos para amenizar os efeitos da pandemia, em especial para essas entidades que têm um interesse social atrelado ao seu funcionamento”, afirma Leonardo Mundim, diretor de Regularização Social e Desenvolvimento Econômico da Terracap. “Considerando que o processo de abertura e volta à normalidade das atividades dessas entidades ainda não se finalizou, optamos por essa prorrogação das que já tinham aderido lá atrás”, ressalta.
A prorrogação não é automática. Clientes interessados em aderir devem manifestar interesse por meio de um formulário disponível no site da Terracap. A manifestação de interesse pode ser feita a qualquer momento antes da data de vencimento da parcela. Se a entidade fizer o pagamento da prestação, o valor não será reembolsado. “Se ela quiser suspender somente o pagamento de setembro, ela paga a de agosto e faz a solicitação em setembro”, explica Mundim.
Várias entidades religiosas pediram a prorrogação da suspensão dos pagamentos ao GDF, por meio da Unidade de Assuntos Religiosos. O chefe da Unidade, Kildare Araújo, explica que cerca de 80% das igrejas do DF permanecem fechadas. “Só podem funcionar as igrejas com mais de 200 lugares, ou seja, os grandes templos. A maioria das igrejas, especialmente das cidades satélites, é pequena e está funcionando com cultos on-line ou por drive-thru”, diz. Ele ressalta que, mesmo as reabertas, enfrentam dificuldades financeiras. “Elas podem receber apenas 20% dos fiéis. A arrecadação caiu e ainda não se recuperou”, completa.
Reprodução: BSB TIMES