Como cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes que tiveram o vínculo com a família rompido? Como manter o bem-estar de um jovem que cumpre medida socioeducativa? Essas foram questões abordadas, nesta quarta-feira (30), pelas secretarias de Saúde (SES-DF) e de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF), pela Defensoria Pública (DPDF) e pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). A reunião buscou planejar os fluxos de assistência a esse público.
Durante todo o dia, o encontro passou por temáticas como a saúde mental na socioeducação, com a participação de representantes da sociedade civil; a atuação da rede de saúde na interface saúde mental e socioeducação; o trabalho da rede de justiça e cidadania na interface saúde mental e socioeducação; entre outros.
A gerente dos Serviços de Psicologia da SES, Renata Kaiser, explicou que a discussão pretende ir além, propondo um acompanhamento dos jovens também após a saída do sistema socioeducativo. Segundo a profissional, é importante integrar diferentes instituições para assegurar um olhar cuidadoso às vulnerabilidades inerentes a essas situações. “Precisamos ajudá-los desde cedo. É necessário pensar a saúde mental desde a primeira infância, durante a adolescência, até a adolescência tardia”, avaliou.
A representante da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas do TJDFT, Camila Barros, concordou: “Hoje, sabemos que a infância é a parte mais importante para um adulto. Uma criança com problemas na saúde mental será um adulto que precisará mais do governo.”
Saúde mental
O chefe do Núcleo de Execução de Medidas Socioeducativas da DPDF, Paulo Eduardo Chagas Freitas, observou como o bem-estar psíquico tem ganhado espaço nos processos jurídicos. “Percebi, ao longo dos anos, uma mudança no perfil desses jovens e como a questão da saúde mental começou a aparecer vagarosamente. Hoje, vejo que esse ponto ocupa uma grande dimensão”, relatou.
Para o promotor de justiça da Promotoria de Execuções de Medidas Socioeducativas da Infância e da Juventude, Márcio Costa de Almeida, o tema tem sido um dos principais pontos no cumprimento das medidas socioeducativas. “O adolescente sem atendimento, vai ter reincidência”, pontuou.
*Com informações da Secretaria de Saúde