Goiás avança no tratamento de fissuras labiopalatinas


Lorenzo Ramos, de 7 anos, é atendido no Cerfis desde quando tinha sete dias. Tratamento tem garantido a recuperação plena do garoto (Foto: Iron Braz)

O Governo de Goiás obteve um avanço considerável na oferta de tratamento integral e especializado para as pessoas com fissuras labiopalatinas, malformação genética conhecida popularmente como lábios leporinos.

Os dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) revelam que no ano passado, até o início de dezembro, o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) realizou 177 cirurgias plástica e bucomaxilofacial em pacientes que nasceram com essa condição genética.

Em 2023 foram feitos cerca de 5,4 mil procedimentos, entre consultas especializadas e atendimentos de pequeno porte. Em 2024 foram realizados 8.049 procedimentos.

A assistência a essas pessoas, a maioria crianças, é realizada pelo Centro de Reabilitação de Fissuras Labiopalatinas (Cerfis), serviço de alta complexidade instalado nas dependências do Hecad. O supervisor do Cerfis, cirurgião bucomaxilofacial Leonardo Andrade, informa que atualmente cerca de 3 mil pessoas fazem tratamento no Centro.

Ele diz que o serviço está conseguindo atender com brevidade a demanda por cirurgias eletivas.

“Há pouco mais de dois anos os pacientes esperavam mais de 19 meses para serem submetidos à cirurgia. Atualmente, as pessoas em bom estado de saúde aguardam menos de um mês para a realização do procedimento cirúrgico”, acentua.

O Cerfis é o único serviço no Estado especializado em fissuras labiopalatinas. Ele atende pacientes da capital, de municípios goianos e de outros Estados.

Além dos procedimentos cirúrgicos, esse Centro realiza exames, consultas, tratamento odontológico e acompanhamento multiprofissional com psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e assistentes sociais. O Cerfis também fornece gratuitamente aparelhos ortodônticos para os pacientes com indicação de usá-los.

Melhoria das condições

Leonardo Andrade destaca que o avanço no número de atendimentos no Cerfis aconteceu a partir da melhoria das condições do serviço, transferido em fevereiro de 2022 do Hospital Materno-Infantil para as novas instalações no Hecad.

Simultaneamente, houve o aumento do número de profissionais especializados na equipe multiprofissional. “Hoje temos oito odontólogos que executam o serviço completo de odontologia”, exemplifica.

O supervisor do Cerfis também ressalta o empenho, sensibilidade e dedicação de cada servidor em dar o melhor de si para a correção da fissura labiopalatina, para o resgate da autoestima, para a reabilitação e para a inclusão social do paciente.

“Para nós é uma satisfação atuar na transformação física e emocional da pessoa com fissura labiopalatina. É maravilhoso ver a criança reabilitada, indo para a escola, com os pais felizes”, enfatiza.

Tratamento precoce

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 1 em cada 650 bebês no Brasil nasce com fissura labiopalatina. A malformação genética ocorre durante o desenvolvimento do feto e está associada a vários fatores, entre os quais a hereditariedade, consanguinidade, falta de pré-natal adequado, uso de medicamentos, desnutrição da gestante, álcool, fumo e radiação.

Leonardo Andrade aponta a necessidade de a assistência ao bebê com fenda labial e palatal ser feito o mais precoce possível para a reabilitação alcançar bons resultados.

“É importante que o tratamento, de longa duração, seja realizado no tempo correto, para que a criança consiga se alimentar, falar e crescer com saúde e autoestima”, sublinha. As etapas cirúrgicas do paciente fissurado se iniciam entre o terceiro mês ao primeiro ano de vida.

O tratamento precoce está assegurando a plena reabilitação da fissura labiopalatina do garoto Lorenzo Ramos, de 7 anos. Ele começou a fazer tratamento no Cerfis quando tinha apenas sete dias de vida. Determinada, a mãe do menino, Nayane Ramos Mendes, levou-o ao Cerfis logo após o nascimento.

Os profissionais do Centro orientaram a dona de casa sobre a forma ideal de amamentar o recém-nascido e os cuidados a serem adotados em casa. O garoto já fez cinco cirurgias para a correção da fenda no lábio e no palato. Ele está se preparando para colocar aparelho ortodôntico e deve passar por mais três ou quatro procedimentos cirúrgicos.

Saiba mais

Projeto Cuidar e Mover promove ações de saúde e bem-estar a pacientes do Hetrin

Goiás lança programa de saúde ocular para estudantes



Source link

website average bounce rate

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui