Remédio foi entregue antes de mudança de protocolo de uso determinada por Bolsonaro. Governo não anunciou plano para ampliar distribuição
Fonte: Metrópoles – Por: Raphael Valeda
Dos 2.932.000 comprimidos de cloroquina 150 mg que o Ministério da Saúde informa ter distribuído desde o início da pandemia, 986 mil, o que corresponde a 33%, foram para São Paulo.
O estado governado por João Doria (PSDB) registra 5.147 mortes por coronavírus, das 17.971 que o Brasil havia contabilizado até terça-feira (19/05).
Segundo o governo federal, as quantidades são enviadas “de acordo com a solicitação dos estados, sendo o medicamento entregue nos almoxarifados das secretarias estaduais de Saúde para atender às demandas locais”.
A cloroquina distribuída até agora está sendo usada conforme o protocolo que irrita Bolsonaro: apenas para pacientes hospitalizados ou que assinem um documento reconhecendo que o tratamento é experimental e tem efeitos colaterais.
O presidente defende, apesar de não haver comprovação científica, que a cloroquina deve ser usada desde a apresentação dos primeiros sintomas de Covid-19, ainda que o paciente esteja se tratando em casa.
Os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich não concordaram em ampliar a recomendação de uso do remédio sem que houvesse garantia da eficácia, o que ajudou a derrubá-los.
A insistência de Bolsonaro também tem sido alvo de críticas de entidades como a Sociedade Brasileira de Imunologia, que soltou nota classificando como “precoce” a adoção da cloroquina em casos de sintomas leves de Covid-19.
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