Narrativa criada para acusar o ex-presidente e ex-primeira-dama de sumirem com móveis do Alvorada se provou falsa, resultando em condenação por danos morais
Após o governo Lula ter acusado Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro de “desaparecerem” com móveis do Palácio da Alvorada, a Justiça condenou a União a pagar R$ 15 mil em indenização por danos morais ao ex-presidente e à ex-primeira-dama. A decisão foi proferida pelo juiz Diego Câmara, da 17ª Vara Federal, que reconheceu que os itens em questão sempre estiveram em posse da União, provando que as acusações prejudicaram a imagem e reputação de ambos.
No início do governo, Lula e a primeira-dama Janja afirmaram publicamente que os móveis da residência oficial estavam danificados ou haviam desaparecido após a saída de Bolsonaro e Michelle. Essa narrativa foi amplamente divulgada, inclusive em uma reportagem do Fantástico, onde o casal presidencial alegou estar dormindo em um hotel de luxo até que o Palácio do Alvorada fosse “reparado”.
A falsa acusação serviu como justificativa para o governo gastar quase R$ 27 milhões em 2023 com reformas, compra de novos móveis e materiais para diversas residências oficiais, incluindo o Palácio do Planalto e o Palácio do Jaburu. No entanto, no final daquele ano, foi descoberto que os 261 itens supostamente desaparecidos estavam dentro da própria residência oficial.
Embora o juiz tenha determinado o pagamento da indenização, ele negou o pedido de Bolsonaro e Michelle para que o governo fizesse uma retratação pública nos canais oficiais da Presidência da República. A decisão marca mais um episódio de atrito entre as administrações de Lula e Bolsonaro, agora envolvendo uma narrativa que se mostrou infundada e causou danos à reputação do ex-presidente e da ex-primeira-dama.