Estudo feito no Reino Unido mostra que seria preciso um controle finíssimo das medidas de quarentena, a fim de assegurar que apenas o número adequado de pessoas fosse contaminado no momento certo.
Quando o modelo analisou as estratégias que buscavam construir a imunidade de rebanho através da mitigação, ele revelou que se o distanciamento social for mantido em um nível fixo, a capacidade dos hospitais teria de aumentar muito para impedir uma sobrecarga no sistema de saúde. Dada a atual disponibilidade de recursos, para alcançar a imunidade de rebanho o Reino Unido precisaria ajustar os níveis de distanciamento social em tempo real, para garantir que o número de indivíduos doentes seja igual, e não superior, à capacidade dos hospitais. Se o vírus se espalha rápido demais, os hospitais ficam sobrecarregados; mas, se se espalhar devagar demais, a imunidade de rebanho também não será alcançada.
A imunidade de rebanho significa o fim da ameaça da COVID-19”, essa abordagem demanda um ajuste constante das medidas de quarentena, a fim de garantir que o número adequado de pessoas seja infectado, e no momento certo, de forma a evitar a sobrecarga. “Devido a esses desafios, a estratégia da imunidade de rebanho é, na verdade, como tentar atravessar uma corda-bamba quase invisível”, avalia ele.
Enquanto estudos recentes exploraram os impactos de ambas as estratégias em diversos países, Brett e Rohani buscaram determinar se, e como, os países poderiam alcançar a imunidade de rebanho sem sobrecarregar o sistema de saúde, e definir quais deveriam ser as medidas adotadas para esse fim.
Eles desenvolveram um modelo de transmissão da doença estratificado por idade para simular a transmissão do SARS-CoV-2 no Reino Unido, de forma que o contágio fosse controlado pelo auto-isolamento por parte de pessoas sintomáticas, além de diversos níveis de distanciamento social.
As simulações mostraram que, na ausência de qualquer medida de controle, o Reino Unido iria experienciar 410 mil mortes relacionadas a COVID-19, sendo 350 mil em indivíduos com mais de 60 anos.
As simulações também mostraram que, utilizando-se a estratégia de supressão, a previsão era de um número muito menor de fatalidades: 62 mil entre os indivíduos com mais de 60 anos e 43 mil entre indivíduos com menos de 60 anos.
Quando o modelo analisou as estratégias que buscavam construir a imunidade de rebanho através da mitigação, ele revelou que se o distanciamento social for mantido em um nível fixo, a capacidade dos hospitais teria de aumentar muito para impedir uma sobrecarga no sistema de saúde. Dada a atual disponibilidade de recursos, para alcançar a imunidade de rebanho o Reino Unido precisaria ajustar os níveis de distanciamento social em tempo real, para garantir que o número de indivíduos doentes seja igual, e não superior, à capacidade dos hospitais. Se o vírus se espalha rápido demais, os hospitais ficam sobrecarregados; mas, se se espalhar devagar demais, a imunidade de rebanho também não será alcançada.
O estudo britânico fala não há muito a se aprender sobre a transmissão e a imunidade contra a COVID-19, mas acredita-se que tais modelos podem ser muito úteis nas chamadas “análises situacionais pois permitem aos tomadores de decisão avaliarem as consequências de cursos alternativos de ação”..
FONTE:Scientific American Brasil