Serviços estão sendo executados por 250 aprendizes do programa RENOVADF e serão concluídos na próxima semana
Quem passa pelos parques, quadras e pontos de encontro comunitário (PECs) localizados nas quadras às margens da DF-001 e DF-250 e nos bairros Del Lago e Mandala do Itapoã percebe a mudança. Desde 17 de novembro, 250 aprendizes do programa RENOVADF trabalham na reforma de 12 equipamentos públicos da região administrativa. Os serviços envolvem pintura, serralheria, limpeza, jardinagem, capina, recuperação de calçadas e manutenção.
“Escolhi equipamentos no lugar mais vulnerável, na Mandala, e nas DFs porque a comunidade vê [os trabalhos] e incentiva [a preservação]”, explica o administrador do Itapoã, Marcus Cotrim. “A cidade não tem opção de lazer, então esses equipamentos servem para a população desopilar, por isso demos preferência a eles”, completa. A reforma beneficia a comunidade do Itapoã, que conta com mais de 68 mil habitantes.
“Você passava nos parques e não estavam ocupados. Hoje, até com chuva, as pessoas estão lá. Outro ponto que acho fantástico do RENOVADF é a presença de moradores entre os aprendizes”Marcus Cotrim, administrador do ItapoãNa quadra 318, no bairro Mandala, o campo desportivo era uma demanda antiga. O espaço contou com pintura, reforma do alambrado e criação de calçadas. A venezuelana Nasusi Otalora, 44 anos, é uma das profissionais do RENOVADF que participou da reforma.
Há quatro meses no Brasil, ela trouxe a experiência do país de origem unida aos aprendizados do programa. “Na Venezuela, eu já tinha trabalhado na área, mas para ter oportunidades no Brasil, eu precisava dessa qualificação. Aqui aprendemos a fazer pintura, a soldar. Acredito que essa experiência vai me ajudar”, avalia. Nasusi é responsável pelo sustento da família que mora em São Sebastião. Ela tem duas filhas.
Resultado
A presença do RENOVADF no Itapoã fez tanto sucesso, que os trabalhos serão prorrogados até a próxima semana. “Tudo é bom. Eles trabalham com agilidade e resolvem questões que a comunidade vem pedindo antes do nosso governo. Deveria se tornar uma política de Estado”, avalia o administrador do Itapoã.
Marcus Cotrim ainda destaca o resultado com a comunidade. “Você passava nos parques e não estavam ocupados. Hoje, até com chuva, as pessoas estão lá. Outro ponto que acho fantástico do RENOVADF é a presença de moradores entre os aprendizes”, completa.
“Tudo tem sido um aprendizado. Eu nunca havia pegado num pincel. Acredito que o mais difícil é conseguirmos fazer a população se conscientizar em manter os espaços conservados após a nossa passagem”Geovana de Oliveira, 52, desempregadaÉ o caso do jovem Ricardo Castro, de 18 anos, morador do Itapoã. Ele integra o ciclo que está trabalhando na recuperação dos equipamentos da região. Antes do programa, ele tinha experiência como menor aprendiz em um hospital e havia trabalhado em obras. A intenção é continuar na área após o fim do programa. “Eu quero me capacitar para ser eletricista”, conta. A inspiração é a monitora do RENOVADF.
O programa tem sido um recomeço para Geovana de Oliveira, 52 anos. Desempregada, ela viu como uma oportunidade de reinserção no mercado de trabalho. “Tudo tem sido um aprendizado. Eu nunca havia pegado num pincel. Acredito que o mais difícil é conseguirmos fazer a população se conscientizar em manter os espaços conservados após a nossa passagem”, classifica.
Programa
O programa de inclusão social e qualificação profissional é uma iniciativa da Secretaria de Trabalho com apoio de outros órgãos do GDF.
Os alunos recebem qualificação e colocam a mão na massa em ciclos de 3 meses. Cada um deles recebe um auxílio equivalente a um salário mínimo mensal (R$ 1.100), além de ter direito a alimentação e transporte. Eles trabalham quatro horas diárias.
“Após o final do programa, eles têm a oportunidade de entrar no quadro do Senai. Temos casos de aprendizes que viraram monitores. Nossos alunos também têm preferências nos nossos cursos”, afirma Wendell Pereira, coordenador do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF), que é responsável pela qualificação.
Adriana Izel; Renata Lu, Agência Brasília