O senador Jaime Bagattoli (PL-RO) criticou, em pronunciamento nesta quarta-feira (4), o projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos no Brasil, legaliza o jogo do bicho e permite apostas em corridas de cavalos (PL 2.234/2022). Para o parlamentar, a proposta traz efeitos negativos que superam qualquer vantagem econômica que o país possa obter. O senador pediu que o texto, que está na pauta do Plenário desta quarta, seja retirado de pauta ou rejeitado.
— Desde a regularização do funcionamento das apostas [on-line] no Brasil, estamos vivendo em um verdadeiro laboratório em que pessoas acabam se viciando no jogo. São pessoas que chegam a se endividar e a tirar a comida de seus próprios filhos, em razão da falsa esperança de enriquecimento fácil. Essa magia simplesmente não existe. Apostas, cassinos e bingos não são entidades filantrópicas. Buscam, pelo contrário, auferir lucros bilionários à custa da dívida das pessoas.
Bagattoli citou um estudo divulgado pelo Banco Itaú, que estima que os brasileiros pagaram R$ 24,1 bilhões em taxas às casas de apostas on-line nos 12 meses encerrados em junho deste ano. De acordo com a pesquisa, as premiações recebidas pelos apostadores totalizaram um saldo R$ 200 milhões no período.
O senador declarou que jogos de azar estão historicamente associados ao crime no Brasil e no exterior. Segundo Bagattoli, as dificuldades de rastreamento do dinheiro movimentado em casas de apostas as colocam como alvo para a lavagem de dinheiro do crime. O parlamentar também afirmou que estabelecimentos de jogos estariam ligados ao crescimento da prostituição e da violência em seus arredores.
— Em um país que luta para acabar com a prostituição infantil, a permissão para o funcionamento de casas de jogos será mais um elemento de incentivo a essa e a outras práticas criminosas. É impossível conceber que qualquer vantagem econômica ou ganho de arrecadação possa superar os danos que a legalização de casas de apostas traria consigo.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)