Disputa política dentro da esquerda contribui para a disseminação de críticas ao ministro da Fazenda
Monitoramentos de redes sociais indicam que a onda de memes classificando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como “criador de impostos” começou em perfis de direita, mas rapidamente “furou a bolha” e ganhou tração entre perfis de esquerda. Fontes do governo atribuem essa dinâmica à disputa política na qual Haddad está inserido dentro da esquerda.
Fernando Haddad, cujas posições no governo contrastam com as de seu partido, o PT, e aliados como o PSOL, tem defendido a necessidade de cumprir regras fiscais. Esse enfoque tem gerado divergências com setores mais à esquerda, que temem que um excesso de fiscalismo possa comprometer a reeleição do projeto político petista em 2026.
A recente onda de memes, que começou na semana passada, destacou essa tensão interna. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, só se manifestou publicamente em defesa de Haddad na quarta-feira, e a maioria dos ministros do governo não saiu em defesa do ministro da Fazenda.
Haddad, até agora, tem reagido com indiferença aos memes, com seus aliados apontando que ele já foi alvo de críticas tanto da direita quanto da esquerda. Para Haddad, é mais importante que o projeto político do governo Lula 3 seja bem-sucedido do que ceder a pressões externas.
O governo avalia que, embora esta onda de memes represente uma batalha perdida, a derrota pode ser revertida a médio e longo prazo com uma comunicação eficaz dos feitos da política econômica de Haddad. O objetivo é enfatizar a busca por justiça tributária, aumentando a carga sobre os mais ricos e aliviando os tributos dos mais pobres.
Em resposta à situação, Gleisi Hoffmann manifestou-se em suas redes sociais, condenando os ataques: “Os ataques mentirosos da rede bolsonarista ao ministro @Haddad_Fernando são mais uma prova de que a economia do país vai melhorando, e isso deixa a oposição apavorada. Siga firme nesse rumo”.
A CNN procurou oficialmente a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, mas não obteve resposta até o momento.