Presidente argentino afirma que “nenhum governo pode dizer o que a Seleção deve fazer”
O presidente argentino Javier Milei anunciou, na noite desta quarta-feira (17), a demissão de Julio Garro, subsecretário de Esportes da Argentina. A decisão veio após Garro solicitar publicamente que Lionel Messi e Claudio Tapia, presidente da Federação Argentina de Futebol (AFA), se desculpassem pelos cânticos racistas entoados pelos jogadores da Seleção após a conquista do título da Copa América.
Em sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter), Milei declarou: “Nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à Seleção Argentina, campeã mundial e bicampeã americana, ou a qualquer outro cidadão”. A declaração reforça a posição do presidente contra a interferência governamental nas ações da equipe nacional.
O episódio começou quando Garro, em entrevista ao portal “Corta”, afirmou: “O capitão da seleção nacional deve pedir desculpas. Assim como o presidente da AFA. Isso nos deixa, como país, em uma situação ruim depois de tantas glórias.” A declaração de Garro surgiu em meio à polêmica gerada pelos cânticos racistas e homofóbicos cantados pelos jogadores argentinos durante as celebrações da vitória sobre a Colômbia.
A Federação Francesa de Futebol (FFF) anunciou que irá acionar a Fifa a respeito da música cantada pelos atletas argentinos, capturada em uma transmissão ao vivo feita pelo volante Enzo Fernández, do Chelsea. Embora Messi não tenha sido visto na gravação, o incidente provocou reações negativas internacionais.
Enzo Fernández já pediu desculpas publicamente, afirmando ter se “exaltado” durante a comemoração. “Eu luto contra a discriminação de todas as formas e me desculpo por ter me exaltado durante a comemoração do título da Copa América”, disse o jogador.
A demissão de Garro e a postura de Milei demonstram a sensibilidade e a complexidade do assunto, destacando as tensões entre a necessidade de combater o racismo e a autonomia das entidades esportivas.