Nesta quarta-feira (31), um grupo de 22 oficiais militares da Universidade de Defesa do Exército de Libertação Popular (PLA, sigla em inglês) da China chegou ao Brasil para uma visita de intercâmbio que pode sinalizar um estremecimento nas relações com os Estados Unidos.
Por Rogério Cirino
A comitiva chinesa passará por Brasília e pelo Rio de Janeiro, onde terá a oportunidade de conhecer o Ministério da Defesa, a Escola Superior de Defesa e a Escola Superior de Guerra.
Durante a estadia em Brasília, os militares chineses terão a oportunidade de visitar o Ministério da Defesa e as dependências da Escola Superior de Defesa. Já no Rio de Janeiro, eles terão encontros na Escola Superior de Guerra e em uma instituição subordinada à Chefia de Educação e Cultura do Ministério da Defesa.
O Exército de Libertação Popular, criado em agosto de 1927, completa 95 anos este ano e desempenhou um papel destacado em diversos eventos históricos, desde a Longa Marcha até as batalhas da Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa, passando pela Guerra de Libertação Nacional e a Guerra de Resistência à Agressão dos EUA e Ajuda à Coreia. Desde os primeiros anos da construção do socialismo chinês até as operações de autodefesa nas fronteiras e as ações internacionais de manutenção da paz, o PLA tem sido fundamental para a defesa e independência da República Popular da China.
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Nos últimos anos, a China tem se empenhado em uma estratégia de modernização e fortalecimento de suas forças armadas, visando tornar o exército chinês uma força de primeira classe em nível mundial. A modernização da defesa nacional e das forças armadas é uma prioridade, com metas definidas para o centenário do Exército em 2027 e uma visão de alcançar a plena modernização até meados deste século.
Em meio a esse esforço de modernização, a China busca fortalecer os laços de intercâmbio e cooperação com os países latino-americanos, especialmente as forças armadas brasileiras. O Major-General do Exército Zhang Linhong, adido militar da Defesa da Embaixada da China no Brasil, ressaltou em um artigo na Revista Fórum a disposição de construir uma comunidade de futuro compartilhado entre a China e a América Latina, baseada no diálogo, parceria e ganhos mútuos em prol da paz e do progresso mundial.
Essa visita da delegação militar chinesa ao Brasil ocorre em um momento de tensões crescentes entre a China e os Estados Unidos, com disputas comerciais, tecnológicas e geopolíticas em curso. O Brasil, como um país estrategicamente importante na América Latina, torna-se um local de interesse para a China fortalecer seus laços e ampliar sua influência na região, o que pode gerar preocupações e possíveis repercussões nas relações entre Brasil e Estados Unidos.