Nova espécie de peixe vive fora d’água para escapar de predadores

FONTE: MEGA CURIOSO

No verão de 1996, na Bolívia Central, um curioso peixe foi avistado vivendo em uma poça rasa ao redor da Fazenda Juan Deriba. Com menos de 5 centímetros de comprimento, o animal parecia vestir lantejoulas, apresentando escamas brilhantes nas tonalidades de vermelho, verde e dourado. Por 25 anos, no entanto, tal animal seguiu sem ser estudado por cientistas.

Foi preciso Heinz Drawert, um adolescente quando encontrou o anfíbio, tornar-se pesquisador do Museu de História Natural Noel Kempff Mercado para que o interesse em analisar tal espécie surgisse. Assim surgiu a nova espécie de peixe, chamada “killifish Juan Deriba” (Moema juanderibaensis), conhecida por optar viver fora d’água para fugir de seus predadores.

Conhecendo a nova espécie

(Fonte: Heinz Drawert/Divulgação)(Fonte: Heinz Drawert/Divulgação)

Em 2021, Drawert recebeu a oportunidade de se juntar a um projeto de registro de espécies de água doce em toda a Bolívia. Foi quando pôde voltar à floresta, refazer seus passos de adolescente ao longo das trilhas lamacentas até encontrar outro peixe brilhante. A partir deste momento, o pesquisador passou a registrar o comportamento incomum da criatura.

Como dito anteriormente, os cientistas notaram algo estranho no “killifish Juan Deriba”: ele vivia fora d’água por escolha própria. O animal passou a ser descrito como uma nova espécie de peixe de água doce rivulídeo, pequeno e colorido, encontrado principalmente na América do Sul.

O habitat natural desse peixe é um trecho ensolarado de alguns quilômetros quadrados de floresta de transição, que se estende pela úmida floresta amazônica boliviana e uma floresta seca conhecida como Chiquitano. Nessa região, o anfíbio vive grande parte de sua breve vida de três meses em poças rasas que geralmente têm apenas alguns centímetros de profundidade.

A vida do killifish

(Fonte: Heinz Drawert/Divulgação)(Fonte: Heinz Drawert/Divulgação)

A pequena trajetória de vida dos killifish começa quando as chuvas chegam à floresta seca. Nesse período, milhares de ovos que foram enterrados sob solo queimado passam a emergir. O comportamento canibal e as lutas nos primeiros momentos de vida fazem com que os números desses peixes diminuam rapidamente.

Entre os machos, por exemplo, somente os mais agressivos se reproduzem. Porém, o preço pela capacidade de reprodução é alto: os machos dominantes mantêm suas cores chamativas, o que os tornam um alvo visível para predadores, incluindo cobras, lagartos, pássaros e quatis.

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