Nesta sexta-feira (22), a celebração dos 13 anos do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) foi marcada pela inauguração de dois equipamentos importantes para o serviço de diagnóstico de doenças raras: um Biobanco e uma Unidade de Sequenciamento de Nova Geração, que fazem parte do Laboratório de Pesquisa Translacional do HCB.
Escolhida como madrinha pela unidade hospitalar, a primeira-dama Mayara Noronha Rocha parabenizou com alegria o Hospital da Criança de Brasília José Alencar pelo seu 13º aniversário. “Tenho imenso orgulho em acompanhar o trabalho dedicado e transformador que é realizado aqui todos os dias. O HCB tem sido uma referência de cuidado, amor e excelência no atendimento às nossas crianças, e sou grata por fazer parte dessa história. Que o hospital continue a crescer e a oferecer saúde de qualidade a todas as crianças do nosso Distrito Federal e entorno”, declarou.
Ao parabenizar o HCB, a vice-governadora do DF, Celina Leão, descreveu as novas ferramentas científicas como um avanço para a unidade. “Investir na saúde sempre foi uma prioridade. Esse equipamento trará avanços significativos para o diagnóstico e tratamento das crianças, com respostas mais rápidas e precisas para a condição clínica de cada uma delas. Além disso, também irá contribuir com as pesquisas que o HCB desenvolve, o que também trará constantes avanços para os pacientes”.
Presente na cerimônia de entrega no Hospital, a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, destacou que o Hospital da Criança de Brasília celebra 13 anos de atuação com avanços em cuidado pediátrico de alta complexidade, acolhendo crianças de todo o Brasil.
“O Hospital é referência em tratamento integrado e multidisciplinar, reforçando a excelência do Sistema Único de Saúde (SUS) e o compromisso com a sociedade. Hoje é o dia de celebrar 13 anos de excelência, crescimento e cuidado – não só no DF, mas em toda a região centro-oeste e no Brasil, porque também recebemos muitas crianças que vêm de outros estados. Elas encontram nessa unidade a possibilidade não só do diagnóstico de patologias complexas, mas de tratamento, recuperação e reabilitação. É um orgulho para o Governo do Distrito Federal”, acentuou.
Funcionamento
O Biobanco é um reservatório de longa duração onde os materiais biológicos armazenados podem ser utilizados em várias investigações clínicas, visando a medicina de precisão. Ele foi adquirido por meio da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace), com recursos provenientes da campanha McDia Feliz de 2018. Essa edição da campanha, promovida pelo Instituto Ronald McDonald, arrecadou os R$477,5 mil empregados na aquisição do equipamento, composto por dois freezers de -30ºC, três de -80ºC e um botijão de nitrogênio líquido.
Já a Plataforma de Sequenciamento de Nova Geração é capaz de avaliar, simultaneamente, vários genes ou até genoma completo em pouco tempo e com alta precisão, identificando mais rapidamente o tipo de doença para a definição do tratamento mais assertivo. O equipamento foi comprado por meio de emenda parlamentar, de R$1,7 milhão destinada pela bancada federal do DF com mandato em 2022: os então deputados federais Celina Leão, Flávia Arruda, Erika Kokay, Bia Kicis, Julio César Ribeiro, Israel Batista, Luis Miranda e Paula Belmonte; além dos senadores Izalci Lucas, Leila Barros e Reguffe.
O Biobanco é um reservatório de longa duração onde os materiais biológicos armazenados podem ser utilizados em várias investigações clínicas, visando a medicina de precisão
De acordo com a diretora-executiva do HCB, Valdenize Tiziani, os equipamentos 100% SUS trazem agilidade e confiança nos laudos e possibilitam um diagnóstico preciso das crianças que permite um tratamento individualizado e direcionado. Ela frisa que o intuito é usar as estruturas para expandir e alcançar um número ainda maior de crianças.
“Com o sequenciador de nova geração nós podemos ir além, porque ele traz uma questão qualitativa muito importante. E o Biobanco é fundamental para guardar as amostras, com um software apropriado e uma estrutura de backup que conserva esse material. A gente guarda a história biológica dos pacientes e conseguimos cooperar com outros centros de pesquisa, na elucidação, muitas vezes, de grupos de doenças ou de casos complexos. É um sistema bastante sofisticado, necessário e presente hoje nas melhores instituições de pesquisa e de assistência no mundo já mais desenvolvido. E o que a gente deseja é que esse modelo se multiplique em outros hospitais SUS em benefício da população atendida”, detalhou Valdenize.
Para o secretário-executivo de Ciência e Tecnologia do DF, Alexandre Villain, com o uso desse tipo de infraestrutura de pesquisa as instituições e os pesquisadores do Distrito Federal se mantêm na fronteira do conhecimento e entregam as principais iniciativas científicas do país. “É importante investir não só em desenvolvimento tecnológico, mas em tecnologia que melhora e muda a qualidade de vida das pessoas. Quando aplicadas aqui no Hospital da Criança, a gente sabe que as tecnologias salvam e melhoram a qualidade de vida das nossas crianças. É nesse sentido que a gente tem que buscar investimentos, incluindo na qualificação dos nossos pesquisadores”, frisou.
Exemplo nacional
Também estiveram presentes na cerimônia o coordenador-geral de Doenças Raras do Ministério da Saúde, Natan Monsores de Sá, e a representante da Coordenação Geral de Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens do Ministério da Saúde, Aline Hennemann. Ambos reforçaram a inovação e avanço representados pelo Distrito Federal no setor científico com a inauguração das novas ferramentas.
“O Hospital da Criança é uma referência no Centro-Oeste, um espaço diferenciado que atende a nossa população pediátrica e cumpre o que a gente espera alcançar em todas as unidades do SUS”, declarou Natan de Sá. “Na capital do país a gente pode ser um grande catalisador, um exemplo para outros lugares”, complementou Aline Hennemann, por sua vez.