O Homem da Capa Preta: O Deputado Pistoleiro que fez Antônio Carlos Magalhães urinar nas calças de medo, em uma sessão da câmara dos Deputados
Cavalcanti foi um político bastante conhecido e temido na região da Baixada Fluminense. Radicado na cidade de Duque de Caxias, se lançou na carreira política ainda jovem, sendo eleito deputado estadual e federal pelo estado do Rio de Janeiro.
Ficou bastante conhecido por andar junto com alguns capangas e carregar consigo uma submetralhadora MP40, a quem deu o singelo nome de Lurdinha.
Durante a vida política, fez muitos inimigos, pois não aceitava certos conchavos com bandidos que, segundo ele, faziam parte da quadrilha comandada por Getúlio Vargas.
Fintech oferece crédito de até R$50mil a juros de 0,48% na máquina de cartão
Em vida, desagradou a elite política que controlava a região da Baixada, pois, se recusava a se aliar com os políticos mais tradicionais. Por várias vezes, foi suspeito de mandar matar desafetos políticos, entre eles, o delegado Albino Imparato, enviado por Getúlio Vargas para investigá-lo em casos de contravenções penais do jogo do bicho e lenocínio. Imparato foi fuzilado na porta de casa e Cavalcanti foi tratado como principal suspeito do crime. Mesmo com a acusação, políticos influentes como Afonso Arinos e Nereu Ramos usaram de seu prestígio para encobrir o caso.
O deputado também ficou bastante conhecido por desenvolver obras de infraestrutura na região da Baixada visando dar empregos para imigrantes nordestinos, já que era proveniente de Alagoas e chegou no Rio de Janeiro na mesma condição que muitos conterrâneos.
Era comum que desavenças ocorridas entre vizinhos em Duque de Caxias fossem levadas para que o político resolvesse, tamanha a força, poder, respeito e medo que construiu junto à população.
Muitas histórias inusitadas e peculiares fizeram parte da vida de Tenório Cavalcanti, um exemplo foi quando ele fez Antonio Carlos Magalhães sofrer de incontinência urinária dentro da câmara dos Deputados.
No episódio, Tenório discursava na Câmara dos Deputados. Durante a fala, acusou o então presidente do Banco do Brasil, Clemente Mariani, de desviar verbas da instituição para enriquecer ilicitamente. Antônio Carlos Magalhães, então deputado e baiano como Mariani, defendeu o conterrâneo respondendo que:
“Vossa Excelência pode dizer isso e mais coisas, mas na verdade vossa excelência é um protetor do jogo e do lenocínio, pois é um ladrão.”
O homem da Capa Preta, então, sacou sua metralhadora e, empunhando frente a face de ACM, berrou:
“Vai morrer agora mesmo, seu safado!”.
Alguns dos funcionários da Câmara Federal tentaram impedir o assassinato. Antônio Carlos Magalhães, tremendo de medo, teve uma incontinência urinária.
Por fim, Tenório resolveu não atirar. Rindo da situação em que ACM se encontrava, recolheu a arma, dizendo que “só matava homem”.
Após esse acontecimento, Tenório teve o mandato suspenso por quase um ano. Até o golpe Militar de 1964, quando Antonio Carlos Magalhães exigiu aos generais sua cabeça. Cavalcanti teve os direitos cassados e foi perseguido pelos militares durante quase 10 anos. Morreu em sua casa, de pneumonia, em 1987.