Apesar de vermos muito isso em filmes, jogos, e demais representações midiáticas, não, os árabes, e muçulmanos medievais em geral não eram conhecidos por usarem espadas curvas.
Na verdade, as espadas árabes (baseadas na “saif al-badawi” ou “espada beduína”) eram muito parecidas com os tipos de espadas que eram utilizadas nos impérios Bizantino e Persa, com alguma influência indiana. Na Espanha muçulmana por exemplo, o al-Andalus, foram as espadas retas árabes, ou a “jineta”, que influenciaram inclusive as espadas de cavalaria dos reinos cristãos.
Ué, então por que se representa tanto os guerreiros islâmicos utilizando as espadas curvas?” Não ssó os árabes, como até mesmo os persas e bizantinos começaram a ser influenciados pelo desenho de espada curva quando os turcos seljúcidas vieram para o Oriente Próximo.
Com o estabelecimento dos turcos na Anatólia durante o século XI, esse traço começou a se tornar um pouco mais popular nas culturas vizinhas, porém só se firmaram mesmo após as invasões mongóis do século XIII. Mas mesmo assim, se olharmos os exemplos dos maiores cavaleiros muçulmanos medievais até o século XV, os mamelucos egípcios, suas espadas eram retas.
Soldados do mundo árabe eram bastante tradicionalistas nos desenhos de suas espadas, só cedendo ao modelo “clássico” de cimitarra lá pelo século XIV em diante, que era mais popular entre a cavalaria (espadas curvas são ideais para combate montado, tanto que permaneceram na Arma de Cavalaria por muito além da Idade Média e Renascença).
Esse tradicionalismo de espadas retas era tão forte que até os registros ocidentais das primeiras cruzadas mencionam o uso de espadas de ponta arredonda, com punho largo de madeira e sem guarda, características árabes típicas. A espada reta era também o estilo da própria espada do Profeta Muhammad e da famosa Zulfiqar de Ali, como aparecem nas primeiras representações, porém, foram adquirindo o formato de cimitarra culturalmente em representações mais tardias ao longo dos séculos, se fixando no imaginário popular desta maneira.
FONTE: História Islâmica – Site educacional