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FONTE: SENADO F EDERAL
Diversos estudiosos da história da infância, incluindo o renomado historiador francês Philippe Ariès, argumentam que o conceito de infância, tal como o compreendemos hoje, foi construído socialmente a partir do século XVIII. Nesse período, as primeiras teorias da pedagogia moderna, notavelmente aquelas propostas por pensadores como Jean-Jacques Rousseau, começaram a considerar a criança com base em suas características físicas, cognitivas e sociais únicas. Assim, tópicos como o desenvolvimento físico e o aprendizado escolar, adaptado às diferentes faixas etárias, passaram a integrar as discussões políticas, especialmente após a Revolução Francesa.
No século XIX, as leis dos Estados Nacionais, fundamentadas nos princípios liberais advindos do Iluminismo e da Revolução Francesa, consolidaram essa nova compreensão da infância. A responsabilidade pelo cuidado das crianças deixou de ser exclusiva das famílias, tornando-se também uma preocupação do Estado. A crise social desencadeada pela Primeira Guerra Mundial, que resultou em milhares de crianças órfãs e desamparadas, acentuou a importância e a urgência das discussões sobre a infância. Nesse contexto, muitos países passaram a promover congressos dedicados ao estudo e ao bem-estar das crianças.