Diz a sabedoria popular que “quem não teve ainda vai levar e “quem não deu vai dar”, não há como se afastar – faz parte da vida
Celebrado em 25 de abril, o chamado “Dia do Corno” tem raízes em tradições religiosas da Península Ibérica e acabou ganhando destaque no Brasil como uma data bem-humorada que trata da traição amorosa. A data é lembrada todos os anos com piadas, memes e canções que abordam o tema do adultério sob uma ótica popular.
A origem da comemoração remonta ao século XVIII, em regiões onde hoje estão cidades de Portugal e da Espanha. Na ocasião, fiéis levavam ao altar de São Marcos uma coroa com um corno de animal. Durante as missas, os padres coroavam os homens casados, como símbolo de bênção. Com o tempo, o rito católico passou a ser interpretado com tom de humor, sobretudo no Brasil, onde o termo “corno” é associado à pessoa traída.

No país, o tema ganhou força na música popular. A cantora Naiara Azevedo, por exemplo, fez sucesso com a canção “50 Reais”, lançada em 2016, em parceria com Maiara & Maraisa. A música foi inspirada em uma situação vivida pela própria artista, ao flagrar uma traição. Marília Mendonça também abordou o tema no hit “Infiel”, uma de suas canções mais conhecidas.
A comemoração chegou a ser tema de projeto de lei. Em 2021, o então vereador “Nininho do Bode”, de Santa Rita (PB), propôs a criação oficial do “Dia do Corno” no município. A proposta repercutiu nas redes sociais e foi amplamente compartilhada com comentários bem-humorados.

O tema da traição também é frequente em músicas internacionais. A colombiana Shakira lançou a faixa “BZRP Music Sessions Vol. 53”, em que expõe sua separação do ex-marido Gerard Piqué. Beyoncé retratou experiências semelhantes em “Sorry”, faixa do álbum Lemonade. Justin Timberlake também abordou o assunto em “Cry Me a River”, após o fim do relacionamento com Britney Spears.
Embora trate de um assunto sensível, o “Dia do Corno” tem sido apropriado como um momento de descontração e criatividade cultural, especialmente nas redes sociais. No Brasil, o uso do humor para lidar com temas emocionais é uma marca recorrente na linguagem popular.