A Polícia Civil do Distrito Federal, por intermédio da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA/CEPEMA), indiciou nessa segunda-feira (31), uma mulher de 57 anos, moradora do Sudoeste, pela prática de quatro crimes de maus-tratos a animais, sendo dois deles com resultado morte.
A investigação revelou que a suspeita seria a responsável pela morte de dois gatos sem raça definida, identificados como Rafael e Sandy. Em um dos episódios, uma testemunha relatou ter escutado gritos, xingamentos e sons de agressões físicas contra o gato Rafael, seguidos pelos miados desesperados do animal. A testemunha foi até o apartamento da suspeita, que abriu a porta visivelmente alterada, com braços e pernas arranhados, além de vestígios de sangue e fezes no corpo.
No final de dezembro de 2024, uma gata sem raça definida, chamada Frajola, foi resgatada pelo IBAMA em poder da investigada. O animal apresentava grave mutilação nas patas, com ausência quase total das garras, que teriam sido cortadas de forma a atingir a área carnuda da matriz ungueal — procedimento extremamente doloroso que compromete permanentemente o bem-estar do animal, dificultando sua locomoção, defesa e causando dor crônica.
Mais recentemente, no dia 27 de março, a DRCA esteve novamente no local e resgatou outro felino que estava sob os cuidados da mulher, o gato Gepeto. Além de apresentar aspecto de nutrição corporal, o felino também teve as garras cortadas de maneira semelhante, atingindo áreas sensíveis da base das unhas.
Diante dos fatos e das provas reunidas — entre elas laudos veterinários, relatos testemunhais e arquivos de mídia — a suspeita foi indiciada duas vezes por infrações da Lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais que define maus-tratos a animais. Nos dois indiciamentos, por infração ao artigo 32, §1º-A (realizar experiência cruel ou dolorosa com animais vivos). Porém em duas dessas autuações, o primeiro crime foi somado ao §2º, que é a pratica de atos de abuso, ferir, mutilar ou maltratar animais domésticos, silvestres ou domesticados. No total, ela responde por quatro crimes previstos na mesma lei.
A autoridade policial responsável representou pela prisão preventiva da indiciada, e aguarda a manifestação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e decisão do Poder Judiciário.
Assessoria de Comunicação – Ascom/DGPC
PCDF, excelência na investigação