Pior da segunda onda de Covid já ficou para trás em 23 estados e no DF

Apenas Pernambuco, Rio de Janeiro e Sergipe não deixaram o pior da segunda onda para trás quando se olha para a média móvel de mortes

O pico da segunda onda já ficou para trás em 23 estados e no Distrito Federal. A análise é baseada na média móvel de mortes por Covid-19. Apesar de diferenças nas curvas entre cada unidade da Federação, todas as UFs têm em comum queda recente e sustentada no indicador.

Após as unidades de terapia intensiva (UTI) lotarem em grande parte do país, demonstrando colapso do sistema de saúde em várias localidades, muitos entes federativos adotaram medidas de distanciamento social, como o fechamento do comércio não essencial. Agora, essas decisões estão dando frutos.

O cálculo da média móvel foi feito pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, em cima das informações recolhidas pelo Brasil.Io com cada secretaria estadual. Os números estão atualizados até a última segunda-feira (3/5), com exceção de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Roraima, que divulgaram índices até 2/5.

A grade de gráficos a seguir mostra a evolução da média móvel em sete dias para as mortes por Covid-19 para todas as UFs do Brasil. Apenas Pernambuco, Rio de Janeiro e Sergipe não têm queda representativa no indicador no período mais recente.

O primeiro ente federativo a ter colapso significativo no seu sistema de saúde foi o Amazonas. Como é possível ver no gráfico, a segunda onda chegou mais cedo no estado do Norte. A situação levou à adoção de medidas de distanciamento social, e a queda na média móvel de mortes começou ainda em fevereiro.

Depois do AM, a quantidade de falecimentos em decorrência da doença disparou em todo o Brasil, e a média móvel de óbitos superou o pico da primeira onda em todos os estados, com exceção do Pará, de Pernambuco e de Sergipe. Nesses dois últimos, entretanto, o indicador ainda está em crescimento.

“As medidas mais importantes para a gente diminuir a transmissão do coronavírus nas comunidades são as restritivas de circulação e a vacinação em massa”, aponta o infectologista Julival Ribeiro, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia. O médico lembrou que diversas variantes do coronavírus estão presentes no Brasil, sendo que algumas delas são altamente transmissíveis.

Se o distanciamento social diminuir, a tendência é de que os casos e, subsequentemente, os óbitos cresçam novamente. “Além da vacinação e das medidas restritivas, continua valendo higienização das mãos, usar máscara cobrindo nariz e boca e, sobretudo, evitar aglomerações”, frisa Ribeiro.

Diminuição nacional

O movimento de queda nos estados e no DF levou à redução da média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil como um todo. Apesar disso, os números estão bem acima dos registrados na primeira onda. O gráfico a seguir mostra a evolução desses índices no país.

Metrópoles

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