Formar não só bons jogadores, mas excelentes cidadãos. Este é o lema e o objetivo do Bom de Bola, programa preventivo de segurança pública do 21º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em São Sebastião. Nele, crianças e adolescentes de 8 a 14 anos podem praticar futebol, gratuitamente, no contraturno escolar.
A iniciativa nasceu em 2011 e, hoje, integra o Centro de Políticas de Segurança Pública (CPSP) da PMDF, que promove ações do tipo em diferentes regiões administrativas. Desde a criação, mais de mil alunos passaram pelo programa em São Sebastião.
“Como nós somos militares, a nossa base é a hierarquia e a disciplina, e a gente prima muito por isso”
Subtenente Dinei Amorim, instrutor
“Muitos desses alunos já estão inseridos hoje no mercado de trabalho”, afirma o subtenente Dinei Amorim, instrutor e um dos responsáveis pela implementação do programa. “Alguns já estão tentando a carreira de jogador de futebol profissional. Tem ex-aluno nosso que já joga profissionalmente, e tem outros que estão em categorias de base [de times] como Atlético Goianiense, Vila Nova… Teve um que teve passagem pela base do Cruzeiro, mas eles iniciaram mesmo no futebol aqui no nosso programa.”
Acompanhamento
Atualmente, são 76 jovens matriculados, que têm aulas às segundas, quartas e sextas. As inscrições no programa podem ser feitas a qualquer tempo — desde que haja disponibilidade de vagas. O responsável deve procurar o 21º BPM e apresentar os documentos solicitados.
A frequência e o bom desempenho escolar são constantemente aferidos. O subtenente detalha: “Como nós somos militares, a nossa base é a hierarquia e a disciplina, e a gente prima muito por isso. Então, todos os alunos têm uma educação elevadíssima, porque a gente está sempre acompanhando. Por menor que seja a nossa contribuição, a gente está ajudando a formar um cidadão”.
Para os pais, essa disciplina é um dos diferenciais da iniciativa. “A grande importância desse projeto para mim, como pai, é ver que realmente está criando cidadão, está levando ele para um caminho correto”, avalia Marcelo Corrêa, pai de João Matheus, de 11 anos. “É um ambiente familiar aqui. E ele está tendo mais relacionamento com os colegas, sabendo a importância de proteger o colega para não machucar; se vir um colega com algum problema, ele vai lá dar um conselho… Então, está sendo muito importante”.
Já para os alunos, além de uma atividade de lazer, o programa também é visto como a chance de alcançar o sonho de ser jogador profissional. “Aqui dá para testar minhas habilidades, tem jogadores de bom nível, e os treinadores estão sempre dando toques para a gente, do que fazer, de posicionamento, drible”, aponta Gael Monteiro.
“Algumas vezes já pensei em desistir dessa carreira, mas permaneci firme. No início do ano, fiquei sabendo de um cara daqui que foi jogar no Athletico Paranaense, e eu continuo, com motivação e disciplina, tentando alcançar esse sonho”, arremata Pyettro Mytchuwm Rodrigues, 14.