Após assembleia que manteve greve, professores seguiram para a frente da Secretaria de Educação, onde foram contidos com spray de pimenta.
FONTE: METROOLES
Depois de participarem da assembleia geral que terminou com decisão pela manutenção da greve, na manhã desta segunda-feira (16/6), os professores do Distrito Federal seguiram em caminhada até o Shopping ID, onde fica a sede da Secretaria de Educação local (SEEDF), para dar continuidade ao protesto.
Enquanto os educadores percorriam o trajeto do estacionamento do Eixo Cultural Ibero-Americano ao Setor Hoteleiro Norte (SHN), onde fica o shopping, o trânsito ficou parcialmente bloqueado. O ato é acompanhado pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), mas, após chegarem à frente da SEEDF, os manifestantes foram contidos com spray de pimenta.
Devido ao protesto, as vias próximas ao SHN e ao Estádio Nacional Mané Garrincha tiveram a circulação bloqueada em alguns pontos, por volta das 11h30 desta segunda-feira (16/6) – quando a greve completou duas semanas. Além disso, o shopping teve de ser fechado e cercado por policiais militares;
A categoria cobra reajuste salarial de 19,8%, reestruturação da carreira, nomeação de aprovados em concurso e correção do envio de informações de professores temporários ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
As educadores marcaram nova assembleia para a próxima terça-feira (24/6), quando vão decidir se continuarão com o movimento paredista. A Justiça do Distrito Federal, porém, autorizou o corte de ponto e a aplicação de multa diária de R$ 300 mil contra o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) para cada dia de braços cruzados.
O Sinpro-DF decidiu recorrer da multa, e o recurso será apresentado nesta segunda-feira ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Na avaliação sindical, a penalidade é abusiva.
Por volta das 13h15, o público começou a se dispersar, e o trânsito passou a fluir na área. Às 15h30, haverá uma reunião entre representantes do Governo do Distrito Federal (GDF), da SEEDF, do TJDFT e do Sinpro-DF, com possibilidade de negociação.
Gs.DF contra a greve
O governador Ibaneis Rocha (MDB) classificou a greve como “política”. Ele argumentou que o governo autorizou, em março de 2023, o reajuste a todos os servidores locais e a incorporação da Gratificação de Atividade Pedagógica (Gaped) aos educadores.
“Vamos fazer o corte de ponto, e quero saber quantos dias eles vão aguentar. Vamos levar essas medidas aprovadas pela Justiça até o último nível”, prometeu o chefe do Palácio do Buriti.
Ibaneis acrescentou que não avançará em “qualquer pauta que diga respeito a reajuste de salário” com as categorias que decretaram greve na capital do país.
“Estamos vivendo um momento no Distrito Federal em que temos de ter cuidado com as contas públicas. Então, reajuste salarial para qualquer categoria só vai acontecer no próximo ano, depois que estivermos com as contas todas equilibradas”, completou.