Com o objetivo de ampliar e descentralizar os serviços de acolhimento e proteção às mulheres vítimas de violência, o Governo Federal, em parceria com o Governo do Distrito Federal, inaugurou nesta terça-feira (7) a Centro de Referência da Mulher Brasileira no Recanto das Emas. A unidade atenderá, além das moradoras do Recanto, as mulheres do Gama, Santa Maria, Riacho Fundo I e II — regiões que juntas somaram 4.068 casos de violência doméstica apenas em 2024, o equivalente a 33,6 de todos os casos registrados pela Secretaria de Segurança Pública do DF.
De acordo com o levantamento mais recente, o Recanto das Emas registrou 1.110 ocorrências de violência, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Em Santa Maria, o aumento foi ainda mais alarmante: 15%, com 147 novos casos. Os dados reforçam a urgência de ampliar o acesso a políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher.
A senadora Leila do Vôlei (PDT-DF), que é Líder da Bancada Feminina do Senado e uma das autoras da emenda de bancada que custeou parte das obras, comemorou a inauguração da nova unidade. “O Distrito Federal em breve vai contar com três unidades dos Centros de Referência da Mulher. É uma conquista de todas nós, fruto de muita articulação e da luta incansável das mulheres que não aceitam mais o silêncio como resposta”, disse a parlamentar.
As outras unidades que estão perto de serem inauguradas estão em Sobradinho II e Sol Nascente/Por do Sol. Os Centros de Referência da Mulher Brasileira integram diversos serviços em um só local, como delegacia especializada, atendimento psicossocial, Defensoria Pública, Ministério Público, alojamento temporário e ações de capacitação e autonomia econômica.
“A gente precisa garantir que a mulher consiga sair do ciclo da violência com dignidade e segurança. Isso significa não só denunciar, mas ter para onde ir, ter a quem recorrer e saber que ela não está sozinha. É para isso que esse espaço existe”, reforçou Leila.
A unidade do Recanto das Emas é a primeira da região Sul do DF e faz parte do plano nacional de expansão, que prevê ao menos uma unidade em cada estado brasileiro até 2026.