Saiba como diagnosticar e tratar a endometriose pelo SUS

Com prevalência estimada em 10% da população feminina, distúrbio está ligado a cólicas fortes que reduzem qualidade de vida e até à infertilidade

FONTE: MINISTÉRIO  DA SAÚDE

CAPA: DR. CONSULTA

A endometriose é uma doença ginecológica silenciosa, que atinge cerca de um décimo das mulheres e pessoas com útero no Brasil. Entre aquelas que enfrentam infertilidade, os índices são ainda mais altos, variando de 30% a 60% – e entre as que convivem com dor pélvica, chega a 70%. Apenas em 2022, o Sistema Único de Saúde registrou mais de 10 mil procedimentos hospitalares (incluindo internação) por conta da doença. Neste Dia Nacional de Luta contra a Endometriose (13), o Ministério da Saúde reforça que o SUS oferece diagnóstico e tratamento para a população, a partir de uma atenção integral.

Mas o que é essa doença? A endometriose é definida pelo desenvolvimento e crescimento de estroma e glândulas endometriais fora da cavidade uterina que induzem uma reação inflamatória crônica. Isso pode evoluir para quadros de dores que reduzem, substancialmente, a qualidade de vida e podem ser incapacitantes. Entre os sinais e sintomas mais corriqueiros estão dismenorreia (dor anormal do ciclo menstrual), dor pélvica crônica, dispareunia (dor genital que ocorre durante a relação sexual), infertilidade e queixas intestinais e urinárias cíclicas.

Confira o caminho que a pessoa deve percorrer no SUS para o cuidado com a doença.

Diagnóstico

O primeiro passo é realizar o exame ginecológico clínico na unidade básica de saúde (UBS) mais próxima. Em seguida, a confirmação da suspeita pode passar por exames laboratoriais e de imagem.

Independentemente dos sintomas, vale reforçar a importância das consultas regulares ao ginecologista. Como a endometriose pode ter difícil diagnóstico, o acompanhamento é essencial para a detecção precoce da doença. Já no caso de uma crise desproporcionalmente forte de cólicas, procure um hospital.

Tratamento

O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico, ou ainda a combinação desses, e sua escolha deve levar em consideração a gravidade dos sintomas, a extensão e localização da doença, o desejo de gravidez, a idade da paciente, efeitos adversos dos medicamentos e taxas de complicações cirúrgicas.

Para quem não deseja ter (mais) filhos, a remoção dos ovários e do útero também pode ser uma alternativa. Cada caso é único, e o tratamento deverá ser definido junto ao profissional médico – todos eles são oferecidos pelo SUS.

A endometriose é uma doença crônica que regride espontaneamente com a menopausa, em razão da queda na produção dos hormônios femininos e do fim das menstruações.

Para trabalhadores do SUS

A ciência ainda precisa avançar nos estudos da endometriose, mas já existem recomendações que gestores e profissionais de saúde devem seguir no atendimento a pessoas com endometriose. O ‘Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para a Endometriose’ contém capítulos sobre o conceito geral da doença, critérios de diagnóstico, tratamento e mecanismos de regulação, controle e avaliação. Ele deve ser utilizado pelas Secretarias de Saúde dos Estados, Municípios e Distrito Federal na regulação do acesso assistencial, autorização, registro e ressarcimento dos procedimentos correspondentes.

O documento ressalta a obrigatoriedade da conscientização da paciente ou de seu responsável legal, por parte dos profissionais de saúde, seja no âmbito do SUS ou não; e dos potenciais riscos e efeitos colaterais relacionados ao uso de procedimento ou medicamento preconizados para o tratamento da endometriose. O protocolo foi atualizado pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 879/2016.

O Ministério da Saúde lançou também a publicação ‘Protocolos da Atenção Básica – Saúde das Mulheres’, em 2016, no qual trata, no fluxograma 10, do manejo da dor pélvica, incluindo a pesquisa e manejo da endometriose pélvica na rede de atenção básica do SUS.

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