A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) divulgou na tarde de terça-feira (23) que irá cortar o ponto dos professores que aderirem à greve da categoria. De acordo com a pasta, haverá desconto do auxílio-alimentação e do auxílio-transporte.
Por Rogério Cirino
Os professores da rede pública estão em greve desde o dia 4 de maio, reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho. A secretaria justificou que o corte no ponto não foi aplicado anteriormente porque se acreditava que os professores chegariam a um consenso com o governo do DF após as negociações.
Samuel Fernandes, presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), acusa o governo de agir com “truculência e autoritarismo” e afirma que o fim da greve será decidido pela categoria em assembleia, não pela justiça.
Uma nova reunião com o governo está marcada para quarta-feira (24), seguida de uma assembleia da categoria na quinta-feira (25).
GDF solicita multa diária de R$ 600 mil durante a paralisação
Na manhã de terça-feira, o governo Ibaneis Rocha (MDB) solicitou à Justiça o aumento do valor da multa aplicada à greve dos professores da capital federal. O valor, que já havia sido estabelecido em R$ 300 mil por dia de descumprimento da decisão que determinava o retorno dos professores, pode chegar a R$ 600 mil.
Além disso, Ibaneis requereu o bloqueio de mais de R$ 3 milhões referentes à contribuição sindical para garantir o pagamento da multa. A procuradoria do DF alega que a postura da categoria em manter a paralisação tem causado “inestimáveis prejuízos” à população e considera a atitude “afrontosa”.
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Reivindicações dos professores
A rede pública de educação no Distrito Federal conta com aproximadamente 28 mil profissionais. Em março, o governador Ibaneis Rocha anunciou um reajuste de 18% para servidores públicos, incluindo os professores.
No entanto, o sindicato alega que o último reajuste concedido aos professores foi em 2015 e considera que o aumento de 18% não é suficiente para cobrir sequer a inflação do período.
Durante as negociações, a categoria recusou a proposta do governo de incorporar uma gratificação ao salário dos professores, dividindo o pagamento em seis parcelas a serem quitadas até 2024.
Entre as demandas dos professores, além do reajuste salarial, estão a incorporação da gratificação de atividades pedagógicas, melhores condições de trabalho, solução para a superlotação das salas de aula e a convocação de professores concursados.