De 2.151 genomas sequenciados no mês de abril, 1.979 eram da cepa P.1; em março, prevalência era de 86%
Dados do monitoramento genômico do coronavírus causador da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram que a cepa P.1, identificada em Manaus (AM) em janeiro, já se tornou predominante no Brasil, representando no mês de abril 92% de todas as amostras sequenciadas pela rede.
A variante é apontada como ingrediente na chamada segunda onda de infecções e mortes em todo o país no mês passado. Em março, a P.1 já aparecia em 86% do total de genomas do SARS-CoV-2 analisados no país. Em fevereiro, a variante era responsável por 57% dos casos de Covid-19, e em janeiro, 28%.
O monitoramento da Fiocruz mostra uma clara substituição das variantes que circulam no país a partir de dezembro. As cepas B.1.1.33 e B.1.1.28 eram as que mais circularam durante o pico de infecções no ano passado. Estas duas variantes atualmente representam menos de 4% do total de casos.
Inicialmente a P.1 foi observada com maior frequência no Norte. No entanto, passou a ser dominante em todas as regiões do pais a partir de março, com percentuais de incidência que variam entre 91,3% (Sudeste) a 100% (Norte e Sul).
Devido às mutações que sofreu, a variante P.1 é mais transmissível que as cepas tradicionais e também associada a uma possível carga viral maior nos indivíduos infectados por ela.
Esta é uma das seis variantes de preocupação classificadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), assim como as identificadas no Reino Unido (B.1.1.7), na África do Sul (B.1.351), Califórnia/EUA (B.1.429 + B.1.427), Nigéria (B.1.525) e Índia (B.1.617).