Veja quem são os favoritos e os brasileiros com chance de serem escolhidos o novo Papa

Um cardeal brasileiro pode ser o novo Papa

O mundo católico amanheceu em luto nesta segunda-feira (21), com a notícia da morte do Papa Francisco, aos 88 anos, em Roma. Após 11 anos de um papado marcado por reformas progressistas e atenção aos marginalizados, a Igreja Católica se prepara para uma nova fase: o Conclave que elegerá o próximo papa.

Quando começa o Conclave?

De acordo com a Constituição Apostólica promulgada por João Paulo II em 1996, o Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte de um papa. Durante esse período, os cardeais permanecem em Roma participando de Congregações Gerais, onde discutem os rumos desejados para a Igreja antes de se isolarem na Capela Sistina para as votações secretas.

Atualmente, o Colégio Cardinalício tem 252 cardeais, dos quais 138 têm menos de 80 anos e, portanto, são eleitores aptos a votar e serem votados.

Como funciona a eleição?

A votação é secreta e ocorre em sessões diárias – duas pela manhã e duas à tarde. Para ser eleito, o cardeal precisa alcançar dois terços dos votos. Se após várias rodadas não houver consenso, o processo pode ser afunilado entre os dois mais votados, até que alguém obtenha a maioria absoluta. A escolha é sinalizada ao mundo por uma fumaça branca que sai da chaminé da Capela Sistina – o sinal de que “habemus papam”.

O legado de Francisco e os desafios do sucessor

Francisco foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o trono de Pedro. Deu voz aos pobres, aos povos originários, às periferias e a minorias como a população LGBTQIAP+. Promoveu reformas na cúria romana, priorizou a pastoralidade sobre o academicismo clerical e ampliou a representatividade global dentro do Colégio de Cardeais.

Seu sucessor, portanto, terá a missão de dar continuidade (ou não) a essas linhas pastorais. Segundo o vaticanista Filipe Domingues, a tendência é que o novo pontífice represente continuidade, mas com um perfil próprio: “Na Igreja, não há rupturas bruscas. O que muda é o tom, não o conteúdo”.

Quem são os favoritos?

Embora não exista um ranking oficial, especialistas em Vaticano e veículos como o The College of Cardinals Report e a Folha de S. Paulo apontam nomes que circulam como favoritos:

  • Pietro Parolin (Itália, 70 anos) – Secretário de Estado do Vaticano, diplomata experiente e muito influente.

  • Matteo Zuppi (Itália, 69) – Presidente da Conferência Episcopal Italiana, com forte apelo pastoral e perfil semelhante ao de Francisco.

  • Luis Antonio Tagle (Filipinas, 67) – Representante da Ásia com visão moderna e carisma, visto como progressista.

  • Jean-Marc Aveline (França, 66) – Teólogo e arcebispo de Marselha, respeitado por seu trabalho inter-religioso.

  • Robert Sarah (Guiné, 79) – Conservador, crítico de algumas pautas de Francisco, representaria uma mudança de rumo.

E os brasileiros?

O Brasil, país com o maior número de católicos do mundo, nunca teve um papa. Com a morte de Francisco, oito cardeais brasileiros figuram entre os possíveis nomes, sendo sete deles aptos a votar:

  • Dom Jaime Spengler (64) – Arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB. Nomeado cardeal por Francisco, tem perfil pastoral.

  • Dom João Braz de Aviz (77) – Com carreira na Cúria Romana, já participou do conclave de 2013.

  • Dom Leonardo Steiner (74) – Primeiro cardeal da Amazônia, defensor da floresta e dos povos originários.

  • Dom Odilo Scherer (75) – Arcebispo de São Paulo e nome recorrente em listas de “papáveis” desde 2013.

  • Dom Orani Tempesta (74) – Arcebispo do Rio, respeitado internacionalmente, conciliador.

  • Dom Paulo Cezar Costa (57) – Arcebispo de Brasília, jovem e considerado de perfil técnico e moderno.

  • Dom Sérgio da Rocha (65) – Arcebispo de Salvador, com boa articulação interna e já liderou a CNBB.

  • Dom Raymundo Damasceno Assis (88) – Embora fora da faixa etária para votar, ainda poderia ser escolhido papa.

Apesar de nenhum nome brasileiro estar nas listas principais de favoritos internacionais, figuras como Scherer, Steiner e Costa têm sido observadas com atenção. O próprio Francisco já surpreendeu ao quebrar paradigmas ao ser eleito, e um brasileiro no trono de Pedro não é impossível — seria um feito histórico.

Expectativa e esperança

Enquanto Roma se prepara para o sepultamento de Francisco e os cardeais chegam para o Conclave, o mundo católico volta os olhos à Capela Sistina. Em breve, a fumaça branca anunciará quem será o próximo a carregar o peso da fé de mais de um bilhão de pessoas.

A escolha de um novo papa é sempre um momento de virada — de reflexão para dentro e de expectativa para fora. Em tempos de tantas transformações sociais, políticas e espirituais, a figura do novo pontífice terá impacto não apenas para os católicos, mas para toda a humanidade.


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