A passarela central do Setor Comercial Sul (SCS) ganhou nesta semana as cores dos artesanatos de 200 mulheres empreendedoras do projeto Banco de Talentos, da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF). O local recebeu entre terça (3) e quinta-feira (5) a Vila Banco de Talentos, um espaço de exposição e venda de produtos personalizados por artesãs que realizaram oficinas e aulas nos núcleos do programa Direito Delas, que tem o objetivo de oferecer atendimentos social, psicológico e jurídico às vítimas diretas de violência.
Ainda pelo projeto, essas mesmas profissionais vão ensinar outras mulheres, também atendidas pelo programa, a desenvolver e a aprender trabalhos manuais e artesanais. Como mentoras, elas vão auxiliar em oficinas básicas de bordado livre, crochê no lacre, tricô, costura criativa entre outros. Segundo a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, que visitou o espaço para conversar com as expositoras e conhecer os produtos, o objetivo deste ciclo virtuoso é apoiar o empreendedorismo e o fortalecimento econômico de mulheres.
“Eu quero agradecer a todas essas 200 expositoras do Banco de Talentos, que tornaram o Direito Delas uma realidade dentro do DF, ao transformar a vida das mulheres que estão em situação de violência. Essas expositoras realizam um trabalho importantíssimo, que é ensinar as mulheres que hoje não estão acreditando nelas mesmas. Eu desejo que todas empreendedoras vendam muito e que saibam que a Sejus trabalha para empoderar as mulheres”, disse Passamani para as expositoras.
Por meio do Direito Delas, o projeto Banco de Talentos já realizou 18 participações em edições do GDF Mais Perto do Cidadão, reunindo um total de 179 artesãs, além de três feiras do Banco de Talentos em shoppings da cidade, que contaram com a participação de 32 artesãs. O programa também ofereceu oito oficinas de artesanato, beneficiando 67 mulheres atendidas.
A artesã Adriana da Costa Santana, 52 anos, que participa desde 2019 das feiras realizadas pelo Banco de Talentos, com suas bijuterias confeccionadas com sementes de açaí e sucupira, destaca o quanto o projeto transformou sua vida. “Comecei a participar do projeto seis meses após o falecimento da minha filha. Foi aqui que encontrei força para aliviar minha dor e para criar minhas netas que ficaram órfãs. No grupo também aprendi outras técnicas, conheci pessoas e tenho como renda principal as vendas feitas nestas feiras”, contou a artesã.
Ana Cleide da Silva, 43, também encontrou no projeto uma transformação em sua vida. Vítima de violência doméstica pelo ex-marido, com quem foi casada por sete anos e teve dois filhos, a artesã relata que sua trajetória ganhou um novo rumo quando ela aprendeu a confeccionar os brincos, anéis, tiaras, pulseiras e colares de capim dourado. “Aqui recomecei minha vida trazendo a identidade cultural da minha cidade natal, no Tocantins. Somente lá tem o capim dourado que eu uso. Sou muito grata ao acolhimento do Direito Delas e por esse espaço para vender peças exclusivas. Aqui ressignifiquei a minha história”, comemorou.
Banco de Talentos
Coordenada pela Subsecretaria de Apoio a Vítimas de Violência (Subav), vinculada à Sejus, o projeto disponibiliza espaços gratuitos, por meio de parcerias com entidades ou iniciativas públicas e privadas, para a comercialização de serviços e produtos confeccionados por mulheres que participam dos núcleos do Direito Delas.
*Com informações da Sejus-DF