Governo Lula prioriza participação de movimentos sociais no evento, enquanto exclui escolas cívico-militares, levantando críticas e preocupações sobre viés ideológico
O desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, será marcado por uma escolha controversa do governo Lula: homenagear o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e excluir as escolas cívico-militares, tradicionalmente presentes nas comemorações da independência. Com o tema “Democracia e Independência! É o Brasil no Rumo Certo”, o evento deste ano busca ampliar a participação social, mas a decisão tem gerado desconforto e críticas, especialmente entre as Forças Armadas.
Entre os grupos que serão homenageados no desfile estão, além do MST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e outras instituições envolvidas na reconstrução do Rio Grande do Sul após desastres naturais. A escolha de incluir movimentos sociais que têm uma histórica relação conflituosa com as Forças Armadas e excluir as escolas cívico-militares, que promovem valores de disciplina e patriotismo, levantou questionamentos sobre o viés ideológico do evento.
A exclusão das escolas cívico-militares, segundo fontes, se deve ao fato de que essa política não é incentivada pelo governo atual, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em contraste, a inclusão de movimentos como o MST e o MTST, que possuem uma trajetória de confrontos e ocupações, foi justificada pela Secretaria de Comunicação Social do governo como uma tentativa de “ampliar a participação social”.
Essa escolha tem gerado reações negativas entre setores mais conservadores e dentro das próprias Forças Armadas, que, segundo relatos, estão desconfortáveis com a presença de grupos que historicamente têm sido críticos das políticas de segurança e ordem no país. Com a liberação de R$ 10 milhões para a realização do evento, o governo parece decidido a dar um novo tom às comemorações da independência, ainda que isso signifique afastar tradições cívico-militares que sempre fizeram parte dessas celebrações.
A decisão de homenagear o MST e excluir as escolas cívico-militares no desfile de 7 de Setembro destaca a crescente polarização no Brasil, onde as escolhas do governo para eventos nacionais refletem e amplificam as divisões ideológicas do país. A questão agora é como essa mudança será recebida pela população e quais serão as implicações para o futuro das comemorações cívicas no Brasil.