Dinamarca matará cerca de 17 milhões de animais para conter nova mutação do coronavírus

COPENHAGUE – A Dinamarca vai abater cerca de 17 milhões de visons após humanos serem infectados por uma nova mutação do coronavírus, identificada nestes animais. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Mette Frederiksen nesta quarta-feira, 4.

Autoridades de saúde encontraram cepas do vírus em humanos e visons que apontaram diminuição da sensibilidade contra anticorpos, potencialmente reduzindo a eficácia de futuras vacinas.

 

 

“Temos uma grande responsabilidade sobre a nossa população, mas com a identificação da nova mutação, temos uma responsabilidade ainda maior para com o resto do mundo”, disse o primeiro-ministro.

A descoberta, já compartilhada com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, foi baseada em testes de laboratório realizados pelo State Serum Institute, órgão dinamarquês de controle de doenças infecciosas.

O diretor do programa de emergências da OMS, Mike Ryan, pediu na última sexta-feira, 30, uma investigação em larga escala da questão.

“Fomos informados pela Dinamarca que pessoas foram infectadas por visons, com algumas mudanças genéticas no vírus”, disse a OMS em um comunicado enviado à agência Reuters. “As autoridades dinamarquesas estão investigando o significado epidemiológico e virológico dessa descoberta.”

Segundo o governo da Dinamarca, as cepas do novo vírus foram encontradas em cinco visons e em 12 humanos. As autoridades estimam que existem de 15 milhões a 17 milhões de visons no país.

Surtos do novo coronavírus em fazendas de criação de visons continuam a ser registrados no país, que é o maior produtor mundial de pele de visons. Desde junho, esforços têm sido feitos para abater visons infectados.

Policiais, militares e guardas nacionais vão participar da operação para acelerar o processo de abate, segundo Frederiksen.

Christian Sonne, professor de veterinária na universidade Aarhus, acredita que o abate neste momento, como medida de prevenção, é uma decisão prudente e pode evitar um futuro surto mais difícil de controlar. Na semana passada, Sonne co-escreveu uma carta publicada na revista científica Science em que defende o abate.

“China, Dinamarca e Polônia deveriam apoiar e estender a proibição imediata e completa da produção de visons”, escreveram Sonne e outros pesquisadores.

De acordo com as autoridades de saúde, medidas de lockdown mais rígidas e esforços de rastreamento de contato serão implementados para conter o vírus em algumas áreas do norte da Dinamarca, onde se concentram várias fazendas de criação de visons.

“O pior cenário possível é uma nova pandemia, começando a partir da Dinamarca”, disse Kare Molbak, diretor do State Serum Institute.

Visons também foram abatidos na Holanda e na Espanha após a descoberta de novas infecções.

Fonte: MSN

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